Tuberculose no idoso

Autores

  • Roberto Alves Lourenço Professor Adjunto da Disciplina de Medicina Interna e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  • Agnaldo José Lopes Professor Substituto da Disciplina de Pneumologia e Tisiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Pneumologia pela Universidade Federal Fluminense. Doutorando em Pneumologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Resumo

Indivíduos idosos, independente de sexo e grupo etário, são particularmente suscetíveis à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, provavelmente, devido tanto a fatores biológicos – nutrição e estado imunitário comprometidos, comorbidades, polifarmácia e, talvez, fatores raciais – quanto a fatores socioeconômicos – pobreza, condições de vida e acesso a cuidados de saúde.No entanto, a população idosa é funcionalmente heterogênea, e aproximadamente 80% dos seus indivíduos são saudáveis quando considerados sob o ponto de vista da autonomia e da independência.Porém, um número significativo de indivíduos acumulou perdas funcionais associadas à idade, em particular déficits imunitários, desregulação neuroendócrina e sarcopenia, que atingiram os limites clínicos da síndrome de fragilidade, tornando-os propensos a uma série de desfechos mórbidos negativos, tais como dependência, incapacidade, quedas e lesões, lenta recuperação de doenças, institucionalização, mortalidade elevada, doenças agudas e hospitalização. É, provavelmente, entre esses indivíduos, que o Mycobacterium tuberculosis encontra um campo fértil para a sua multiplicação.A coorte que compõe a atual população de idosos teve seu primeiro contacto com o bacilo nas décadas da primeira metade do século XX, época de alta prevalência da doença e de indisponibilidade de formas eficientes de tratamento. Muitos foram expostos e desenvolveram a doença; alguns passaram a albergar o Mycobacterium em sua forma quiescente, manifestada, muitas vezes, por lesões fibróticas vistas em exames radiológicos de tórax.Neste Capítulo, analisaremos os aspectos especias da epidemiologia, patogenia, manifestação clínica e radiológica, diagnóstico eRoberto A. LourençoAgnaldo José LopesTuberculos e no IdosoAno 5, Julho / Dezembro de 2006 91tratamento da tuberculose, nessa população especial definida pela sua inclusão em faixas etárias superiores aos 60 anos de idade.

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Publicado

2006-12-31

Edição

Seção

Artigos