Diagnóstico radiográfico e tomográfico da tuberculose pulmonar

Autores

  • Domenico Capone Professor Adjunto da Disciplina de Pneumologia e Tisiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutor em Radiologia e Imagenologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • José Manoel Jansen Professor Titular da Disciplina de Pneumologia e Tisiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutor em Pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo. Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.
  • Agnaldo José Lopes Professor Substituto da Disciplina de Pneumologia e Tisiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Pneumologia pela Universidade Federal Fluminense. Doutorando em Pneumologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  • Mario Oti Soares Médico Residente do Serviço de Radiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  • Ricardo dos Santos Pinto Médico Residente do Serviço de Radiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  • Hélio Ribeiro de Siqueira Professor Assistente da Disciplina de Pneumologia e Tisiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Pneumologia pelo Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IDT-UFRJ).
  • Rafael Barcelos Capone Acadêmico de Medicina da Universidade Gama Filho.

Resumo

A descoberta dos raios X no final do século XIX teve grande impacto na Medicina. O método radiográfico mudou de forma categórica a abordagem médica que até então baseava o diagnóstico apenas na propedêutica clássica representada pela palpação, percurssão e ausculta. A radiografia do tórax representa, muitas vezes, a primeira abordagem diagnóstica na maioria das doenças pulmonares incluindo a tuberculose. De forma geral, as alterações radiológicas da tuberculose são a fiel tradução dos eventos etiopatogênicos desencadeados a partir do contágio.A manifestação inicial da doença é o foco de Gohn, o cancro de inoculação do bacilo de Koch, instalando-se habitualmente no lobo inferior direito. A partir daí, surgem tentativas orgânicas de deter a progressão bacilar, a primeira delas encabeçada por leucócitos e macrófagos que se mostra insuficiente e ocorre, por via linfática, disseminação dos microrganismos atingindo os linfonodos regionais mediastinais e/ou hilares. Surge então, nova tentativa de defesa agora representada pelo aumento do volume dos linfonodos, estabelecendo-se então o complexo primário também designado complexo de Ranke, representado pelo pólo parenquimatoso, linfangite e pelos linfonodos tumefeitos, características da primoinfecção ou tuberculose primária. Estes eventos são habitualmente oligo ou assintomáticos, ocorrem com mais freqüência na infância e podem, raramente, ser surpreendidos ao exame radiográfico (Fig.6.1). Uma vez estabelecido o complexo primário, a infecção tende a regredir espontaneamente em cerca de 90% dos casos ou evoluir nos restantes tanto a partir do polo parenquimatoso quanto linfonodal.

Downloads

Publicado

2006-12-31

Edição

Seção

Artigos