Associação entre consumo de álcool, quedas e internação em idosos

Autores

  • Gleiverson S. Sequeto Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.
  • Natalia A. Santos Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.
  • Lilian Atalaia-Silva Departamento de Fisioterapia. Centro Universitário Estácio Juiz de Fora - UNESA. Juiz de Fora, MG, Brasil.
  • Cláudia Helena C. Mármora Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2018.40810

Resumo

Introdução: O envelhecimento associado a perdas cognitivas,
como velocidade de processamento e tempo de reação, e
ao alto consumo de álcool aumenta o risco de quedas tendo
como desfecho a internação. Objetivo: Analisar a associação
entre o consumo alcoólico de risco e quedas em idosos, relacionando
a incidência de quedas a períodos de internações
anteriores verificando diferenças no consumo alcoólico de
risco entre homens e mulheres. Materiais e métodos: Estudo
do tipo transversal, descritivo, utilizando dados do projeto
FIBRA-JF com idosos que declararam consumo de álcool.
Foram analisados dois subgrupos (M e F) relacionando o
consumo de risco com quedas e internação por pelo menos
uma noite nos últimos doze meses. Resultados: A amostra
composta por 128 idosos que relataram consumir álcool foi
de 73 mulheres e 55 homens. Os resultados demonstraram
que não houve diferença significativa para o consumo de
risco de bebidas alcoólicas tanto nos homens (n=16,51%)
quanto nas mulheres (n=37,16%) com (p≤0,05). Não houve
correlação entre consumo de risco e quedas nos homens
(p=69,41%), sendo observada diferença estatisticamente
significativa nas mulheres, com p= 99,55%). Os idosos que
consumiram de 2 a 3 doses por dia sofreram 3 quedas nos
últimos 12 meses e aqueles que consumiram de 4 a 5 doses,
sofreram 2 quedas nos últimos 12 meses. O consumo de risco
de álcool em homens e mulheres associado à internação por
pelo menos uma noite não apresentou relevância estatisticamente
significativa. Com relação ao número de doses
consumidas entre homens e mulheres, não se atingiu o nível
de significância estabelecido inicialmente (p=0,07, para
p≤0,05), sendo que os homens ingerem maior quantidade
de bebidas alcoólicas em relação às mulheres. Conclusões:
O consumo de risco de bebidas alcoólicas em idosos pode
estar relacionado com maior ocorrência de quedas nesta
população, principalmente no gênero feminino devido a
diversos fatores biológicos. Sendo assim, as mulheres possuem
maior predisposição a sofrer quedas.


Descritores: Acidentes por quedas; Alcoolismo;
Envelhecimento.

Biografia do Autor

Gleiverson S. Sequeto, Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.

Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.

Natalia A. Santos, Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.

Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.

Lilian Atalaia-Silva, Departamento de Fisioterapia. Centro Universitário Estácio Juiz de Fora - UNESA. Juiz de Fora, MG, Brasil.

Departamento de Fisioterapia. Centro Universitário Estácio Juiz de Fora - UNESA. Juiz de Fora, MG, Brasil.

Cláudia Helena C. Mármora, Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.

Faculdade de Fisioterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Brasil.

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Publicado

2019-03-18

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Artigos