Prevalência de perda auditiva autorrelatada em idosos e fatores associados em Juiz de Fora

Maritza F. B. Caruso, Cláudia Helena C. Mármora, Francisco E. F. Delgado

Resumo


Resumo
Introdução: A Perda Auditiva (PA) em idosos traz prejuízos
funcionais e gastos com saúde pública, mas há poucos estudos
no Brasil para verificar sua prevalência e fatores associados.
Objetivos: Determinar a prevalência de PA autorrelatada em
indivíduos com 65 anos ou mais, moradores da comunidade, e
participantes do estudo sobre fragilidade em idosos brasileiros
– FIBRA – JF e investigar os fatores associados. Métodos: Estudo
transversal derivado do Estudo Multicêntrico sobre Fragilidade
no Idoso Brasileiro – Rede FIBRA – com amostra composta
por 427 idosos de Juiz de Fora. Foram considerados sujeitos
com PA autorrelatada os idosos que: (1) declararam não ouvir
bem em resposta à questão “O(A) senhor(a) ouve bem?”; (2)
responderam sim para a questão “O(A) senhor(a) usa aparelho
auditivo?”. A partir daí estudou-se a associação da PA autorrelatada
com variáveis sociodemográficas, clínicas e comportamentais.
A análise dos dados foi feita pelo programa SPHINX
LEXICA & EURECA V. 5, estabelecendo a frequência de cada
variável, utilizando-se o método de teste do Qui-quadrado
(X2). Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 24,4% de
PA autorrelatada. Observou-se forte associação com a variável
idade (p<0,05), com média de idade de 77,09 anos para os que
relataram não ouvir bem. As demais variáveis analisadas não
apresentaram significância. Conclusões: Foram encontradas
divergências entre prevalência de PA autorrelatada, provavelmente
por se tratar de autorrelato e diferenças metodológicas
entre os estudos. A variável idade foi a principal associação
estabelecida, necessitando-se de mais estudos populacionais
para melhor estabelecer outras associações.


Descritores: Perda auditiva; Presbiacusia; Envelhecimento;
Fatores de risco; Prevalência.


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DOI: https://doi.org/10.12957/rhupe.2018.40809