Rastreamento de risco de desfechos desfavoráveis em idosos: O instrumento Probabilidade de internações repetidas
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2017.37655Resumo
Introdução: Os sistemas de saúde sofrem uma forte pressão com o envelhecimento populacional e a consequente intensificação do uso dos serviços de saúde. A identificação dos idosos sob risco de fragilização é importante no manejo dessa população. Instrumentos breves de predição de risco para medir desfechos específicos são úteis para a identificação de indivíduos de alto risco. O instrumento Probabilidade de internações repetidas (Pir) foi proposto para o rastreamento de idosos com alto risco de internações hospitalares. Objetivos: Provocar uma reflexão sobre a utilidade do Pir a partir dos dados sobre a sua acurácia. Métodos: Revisão narrativa de estudos originais internacionais e brasileiros que utilizaram o Pir. Discussão: No estudo original, a acurácia do Pir foi de 61% para internações repetidas. A sensibilidade e especificidade foram de 12,7% e 94,6%, respectivamente. Os valores preditivo positivo e negativo foram de 42% e 78%, respectivamente. Em 2013, uma metanálise estimou a acurácia de 69,7%, revelando uma modesta capacidade de discriminação do modelo, além de uma alta especificidade (95%). Um estudo brasileiro longitudinal de validação preditiva do Pir apresentou a acurácia de 67%. Conclusões: Constatou-se que, nos estudos que avaliaram as características psicométricas do Pir, a sensibilidade mostrou-se baixa, a despeito de alta especificidade e que, até o momento, não existem muitas evidências de seu desempenho na população brasileira. Embora utilizado há algumas décadas, a aplicação do Pir isoladamente para rastreio de idosos com risco de uso elevado dos serviços de saúde tem se mostrado inadequado, especialmente devido à baixa sensibilidade.
Descritores: Programas de rastreamento; Acurácia dos dados; Envelhecimento; Serviços de saúde.
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