O uso de testes de fluência verbal como ferramenta de rastreio cognitivo em idosos

Autores

  • Alina L. G. Teldeschi Laboratório de Pesquisa em Envelhecimento Humano-GeronLab. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Mariangela Perez Serviço de Geriatria. Hospital São Vicente de Paulo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Maria Angélica Sanchez Laboratório de Pesquisa em Envelhecimento Humano-GeronLab. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Roberto A. Lourenço Departamento de Medicina Interna. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2017.33289

Resumo

Introdução: Instrumentos de avaliação capazes de identificar quadros demenciais são fundamentais na prática clínica e de pesquisa. O teste de fluência verbal é um instrumento de avaliação cognitiva breve que vem mostrando alto potencial. Objetivos: Verificar estudos publicados sobre desempenho de idosos com e sem comprometimento cognitivo em testes de fluência verbal (TFV). Métodos: Revisão narrativa em bases de dados eletrônicas de artigos originais e de revisão que utilizaram o teste de fluência verbal, categoria animais. Resultados e Discussão: Foram descritos estudos que investigaram o desempenho de idosos em TFV nas síndromes demenciais de maior prevalência. Na doença de Alzheimer, o desempenho no TFV está comprometido desde o início do curso da doença, sendo mais expressivo o prejuízo em testes de fluência verbal com critério semântico (TFVCS). Nas demências vasculares, o comprometimento em tarefas que demandam funções executivas, atenção e velocidade de processamento está associado ao pior desempenho em TFV com critério ortográfico. Na demência por corpos de Lewy (DCL), o desempenho nos TFV critério semântico é semelhante aos de indivíduos com DA e ao de indivíduos com doença de Parkinson (DP). Nos testes com critério ortográfico, o desempenho é semelhante ao de indivíduos com DP e inferior ao de indivíduos com DA. Conclusões: Os TFVs são sensíveis à presença de alterações cognitivas em idosos e, portanto, podem contribuir para a identificação de casos de demência em ambientes de escassez de recursos.

Descritores: Demência; Testes neuropsicológicos; Idoso.

Biografia do Autor

Alina L. G. Teldeschi, Laboratório de Pesquisa em Envelhecimento Humano-GeronLab. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Laboratório de Pesquisa em Envelhecimento Humano-GeronLab. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Mariangela Perez, Serviço de Geriatria. Hospital São Vicente de Paulo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Serviço de Geriatria. Hospital São Vicente de Paulo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Maria Angélica Sanchez, Laboratório de Pesquisa em Envelhecimento Humano-GeronLab. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Laboratório de Pesquisa em Envelhecimento Humano-GeronLab. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Roberto A. Lourenço, Departamento de Medicina Interna. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Departamento de Medicina Interna. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Referências

Slater H, Young J. A review of brief cognitive assessment tests. Rev Clin Gerontol. 2013;23:164-176.

Borson S, Frank L, Bayley PJ, et al. Improving dementia care: The role of screening and detection of cognitive impairment. Alzheimers Dement. 2013;9:151-159.

Prince M, Wimo A, Guerchet M, et al. World Alzheimer Report 2015 - The Global Impact of Dementia: An analysis of prevalence, incidence, cost and trends. Alzheimer's Disease International. 2015.

Alzheimer’s Disease International. Policy Brief for Heads of Government. The Global Impact of Dementia 2013-2050. 2013.

Nakamura AE, Opaleye D, Tani G, et al. Dementia underdiagnosis in Brazil. Lancet. 2015;385:418-419.

Ilife S, Robinson L, Brayne C, et al. Primary care and dementia: 1. diagnosis, screening and disclosure. Int J Geriatr Psychiatry. 2009;24:895-901.

Ashford JW, Borson S, O'Hara R, et al. Should older adults be screened for dementia? It is important to screen for evidence of dementia! Alzheimers Dement. 2007; 3:75-80.

Tai S, Huang SW, Hsu CL, et al. Screening Dementia in the Outpatient Department: Patients at Risk for Dementia. Scientific World Journal. 2014;2014:138786.

Panegyres PK, Berry R, Burchell J. Early Dementia Screening. Diagnostics (Basel). 2016;6,pii: E6

Eichler T, Thyrian JR, Hertel J, et al. Rates of formal diagnosis of dementia in primary care: The effect of screening. Alzheimers Dement (Amst). 2015;1:87-93.

Borson S, Scanlan JM, Watanabe J, et al. Improving identification of cognitive impairment in primary care. Int J Geriatr Psychiatry. 2006;21:349-55.

Melo DM de, Barbosa AJG. O uso do Mini-Exame do Estado Mental em pesquisas com idosos no Brasil: uma revisão sistemática. Ciênc. Saúde Coletiva [online]. 2015; 20:3865-3876.

Apresentação e aplicabilidade da versão brasileira da MoCA (Montreal Cognitive Assessment) para rastreio de Comprometimento Cognitivo Leve. Ana Luisa Rosas Sarmento. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina. São Paulo, 2009.

Lourenço RA, Filho STR, Moreira IFH, et al. Teste do desenho do relógio: Desempenho entre idosos de baixa-escolaridade. Rev. Bras. Psiquiatr. 2008;30: 309-315.

Filho STR, Lourenço RA. The performance of the Mini-Cog in a sample of low educational level elderly. Dement Neuropsychol. 2009;3:81-87.

Nitrini R, Caramelli P, Porto CS, et al. Brief cognitive battery in the diagnosis of mild Alzheimer’s disease in subjects with medium and high levels of education. Dement Neuropsychol. 2007;1:32-36.

Carvalho VA, Caramelli P. Brazilian adaptation of the Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised (ACE-R). Dement Neuropsychol. 2007;1:212-216.

Damasceno A, Delicio AM, Mazo DFC, et al. Validation of the Brazilian version of mini-test CASI-S. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 2005;63:416-421.

Teldeschi ALG. Acurácia dos testes de fluência verbal com critério semântico e ortográfico na identificação de idosos com síndrome demencial: estudo FIBRA – RJ [dissertação de mestrado]. [Rio de Janeiro]: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2017.106 p.

Kilada S, Gamaldo A, Grant EA, et al. Brief Screening Tests for the Diagnosis of Dementia: Comparison With the Mini-Mental State Exam. Alzheimer Dis Assoc Disord. 2005;19:8-16

Canning SJD, Leach L, Stuss D, et al. Diagnostic utility of abbreviated fluency measures in Alzheimer disease and vascular dementia. Neurology. 2004;62:556-62.

Clark LJ, Gatz M, Zheng L, et al. Longitudinal Verbal Fluency in Normal Aging, Preclinical, and Prevalent Alzheimer’s Disease. Am J Alzheimers Dis Other Demen. 2010;24:461-8.

Cahn-Weiner DA, Boyle PA, Malloy PF. Tests of Executive Function Predict Instrumental Activities of Daily Living in Community-Dwelling Older Individuals. Appl Neuropsychol. 2002;9:187-91.

Amieva H, Le Goff M, Millet X, et al. Prodromal Alzheimer’s Disease: Successive Emergence of the Clinical Symptoms. Ann Neurol. 2008;64:492-8.

Salmon DP, Heindel WC, Lange KL. Differential decline in word generation from phonemic and semantic categories during the course of Alzheimer's disease: Implications for the integrity of semantic memory. J Int Neuropsychol Soc. 1999;5:692-703.

Monsch AU, Bondi MW, Butters N, et al. Comparisons of Verbal Fluency Tasks in the Dementia of the Alzheimer Type. Arch Neurol. 1992;49:1253-8.

Martin A, Fedio P. Word production and comprehension in Alzheimer's disease: The breakdown of semantic knowledge. Brain Lang. 1983;19:124-41.

O’Brien JT, Thomas A. Vascular dementia. Lancet. 2015;386:1698-706.

Starkstein SE, Sabe L, Vazquez S, et al. Neuropsychological, Psychiatric, and Cerebral Blood Flow Findings in Vascular Dementia and Alzheimer’s Disease. Stroke. 1996; 27:408-14.

Paul RH, Cohen RA, Moser DJ, et al. Clinical Correlates of Cognitive Decline in Vascular Dementia. Cogn Behav Neurol. 2003;16:40-6.

Lafosse JM, Reed BR, Mungas D, et al. Fluency and Memory Differences Between Ischemic Vascular Dementia and Alzheimer's Disease. Neuropsychology. 1997;11:514-22.

Aarsland D. Cognitive impairment in Parkinson's disease and dementia with Lewy Bodies. Parkinsonism Relat Disord. 2016; Suppl 1:S144-8.

Collerton D, Burn D, McKeith I, et al. Systematic Review and Meta-Analysis Show that Dementia with Lewy Bodies is a Visual-Perceptual and Attentional-Executive Dementia. Dement Geriatr Cogn Disord. 2003;16:229-37.

Crowell TA, Luis CA, Cox DE, et al. Neuropsychological Comparison of Alzheimer’s Disease and Dementia with Lewy Bodies. Dement Geriatr Cogn Disord. 2007;23:120-5.

Nervi A, Reitz C, Tang MX, et al. Comparison of clinical manifestations in Alzheimer disease and dementia with Lewy bodies. Arch Neurol. 2008;65:1634-9.

Calderon J, Perry RJ, Erzinclioglu SW, et al. Perception, attention, and working memory are disproportionately impaired in dementia with Lewy bodies compared with Alzheimer’s disease. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2001;70:157-64.

Petrova M, Mehrabian-Spasova S, Aarsland D, et al. Clinical and Neuropsychological Differences between Mild Parkinson’s Disease Dementia and Dementia with Lewy Bodies. Dement Geriatr Cogn Dis Extra. 2015;5:212-20.

Salmon DP, Bondi MW. Neuropsychological Assessment of Dementia. Annu Rev Psychol. 2009;60:257-82.

Downloads

Publicado

2018-10-01

Edição

Seção

Artigos