Branquitude e progresso: a Liga Paulista de Higiene Mental e os discursos paulistanos na contemporaneidade

Autores

  • Lia Novaes Serra Universidade de São Paulo – USP
  • Lia Vainer Schucman Universidade de São Paulo – USP

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2012.8321

Palavras-chave:

Branquitude, Liga Paulista de Higiene Mental, História da psicologia, Racismo, Psicologia social

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar como a política racial implementada na cidade de São Paulo, no início do século 20, se reatualiza hoje nas ideias e nas representações de progresso e desenvolvimento na metrópole paulistana. Primeiramente, investigamos o arcabouço teórico dos projetos eugenistas elaborados nas primeiras décadas do século 20, pelos psiquiatras da "Liga Paulista de Higiene Mental" (LPHM). Como procedimento de pesquisa, analisamos parte dos documentos da LPHM sobre raça e eugenia, catalogados no "Museu Histórico Prof. Carlos da Silva Lacaz", da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Posteriormente, com o intuito de compreender as possíveis consequências desses projetos nas atuais concepções raciais de São Paulo, analisamos algumas entrevistas com paulistanos de diferentes classes sociais, idade e gênero que se auto identificaram como brancos. Os resultados apontaram que muitos dos entrevistados ainda se apropriam dos significados compartilhados sobre superioridade e "pureza racial" branca. Pode-se pensar, a partir das analises das entrevistas, que atualmente nossa sociedade desenvolveu um sistema hierárquico silencioso de atribuição de status social que desvaloriza as pessoas na proporção direta em que estes se afastam do modelo ideal de branquitude.

Downloads

Publicado

01-04-2012

Como Citar

Serra, L. N., & Schucman, L. V. (2012). Branquitude e progresso: a Liga Paulista de Higiene Mental e os discursos paulistanos na contemporaneidade. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 12(1), 288–311. https://doi.org/10.12957/epp.2012.8321

Edição

Seção

Clio-Psyché