A experiência de mundo de uma surda ao aprender LIBRAS: uma abordagem fenomenológico-existencial

Autores

  • Amanda Galerani Thomaz Universidade Federal do Paraná - UFPR
  • Joanneliese de Lucas Freitas Universidade Federal do Paraná - UFPR

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2017.34763

Palavras-chave:

surdez, fenomenologia-existencial, linguagem, sentido, Merleau-Ponty

Resumo

Frequentemente os diferentes discursos sobre a experiência da surdez partem da perspectiva dos ouvintes, tornando opaca essa vivência tão particular. Esse trabalho pretendeu se aproximar da experiência de se viver no mundo cultural sem a apropriação de uma língua sistematizada. Para tanto, foi realizado um estudo de caso sobre uma surda que aprendeu a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) já adulta. A coleta de dados deu-se por meio de uma entrevista aberta, mediada por um intérprete voluntário de LIBRAS. A análise da entrevista foi orientada pelo método fenomenológico de investigação de Giorgi e os dados interpretados a partir da perspectiva de Merleau-Ponty. Os resultados foram divididos em dois grupos temáticos: O mundo sem sentido: vazio e solidão e O despertar aos sentidos: "uma nova vida". As vivências anteriores ao domínio de uma língua sistematizada foram descritas como incompreensíveis e vazias, permeadas por dissociações e experiências esparsas. Ao aprender LIBRAS, a entrevistada relata uma mudança brusca na forma como se relacionava com o mundo, começando a perceber sentidos e gestos compartilhados culturalmente. Sugere-se estudos mais aprofundados que investiguem o sensível e a corporeidade na experiência das pessoas surdas. Destaca-se a importância da apropriação da língua sistematizada.

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Publicado

09-07-2018

Como Citar

Thomaz, A. G., & Freitas, J. de L. (2018). A experiência de mundo de uma surda ao aprender LIBRAS: uma abordagem fenomenológico-existencial. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 17(1), 25–45. https://doi.org/10.12957/epp.2017.34763

Edição

Seção

Psicologia Social