DESVELANDO A INQUISITORIEDADE CORDIAL: UMA ANÁLISE SOCIOJURÍDICA DO MODELO PROCESSUAL PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO

Autores

  • Jordi Othon Angelo Universidade de Brasília, Brasília, DF

DOI:

https://doi.org/10.12957/redp.2022.60379

Palavras-chave:

processo previdenciário, construção de verdades, gestão de provas, pobreza, inquisitoriedade

Resumo

Se, campo dogmático processual penal, a discussão teórica acerca dos modelos processuais é inequívoca e corrente, no “novo” campo processual previdenciário, tal discussão ainda é incipiente e pouco estimulada pela doutrina. Tendo em vista essa lacuna teórica, elaboramos este artigo, cujo objetivo é analisar o tratamento dado pela doutrina de direito processual previdenciário aos temas da construção de verdades e da gestão das provas, e buscamos responder à seguinte pergunta-síntese: o processo previdenciário é inquisitório ou acusatório? A fim de alcançar o objetivo proposto e de responder à pergunta de pesquisa, utilizamos como estratégia metodológica a análise documental de manuais técnico-jurídicos de direito processual previdenciário, que, aqui, são tomados como objeto material de análise. Ademais, cotejamos esse material com as doutrinas processuais cível e penal e com diversas pesquisas empíricas socioantropológicas realizadas nas instituições judiciais brasileiras. Com a investigação, demonstrou-se que o modelo processual insculpido na doutrina processual previdenciária analisada é manifestamente inquisitório. Concluiu-se, por fim, que esse modelo de processo alinha o discurso formal do direito ao discurso benevolente e caridoso de “proteção" dos “hipossuficientes”, contribuindo para a reprodução do que chamamos de inquisitoriedade cordial nas práticas processuais previdenciárias.

Biografia do Autor

Jordi Othon Angelo, Universidade de Brasília, Brasília, DF

Advogado; mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB); aluno do curso de doutorado em Direito da UnB; bolsista de doutorado do Programa de Excelência Acadêmica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Proex/CAPES - Código de Financiamento 001); integrante do Laboratório de Estudos da Cidadania, Administração de Conflitos e Justiça (CAJU), do Departamento de Antropologia (DAN), da UnB; e pesquisador do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos, da Universidade Federal Fluminense (INCT-InEAC/UFF). Brasília/DF, Brasil. E-mail: jordiothon@gmail.com

Advogado; mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB); aluno do curso de doutorado em Direito da UnB; bolsista de doutorado do Programa de Excelência Acadêmica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Proex/CAPES - Código de Financiamento 001); integrante do Laboratório de Estudos da Cidadania, Administração de Conflitos e Justiça (CAJU), do Departamento de Antropologia (DAN), da UnB; e pesquisador do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos, da Universidade Federal Fluminense (INCT-InEAC/UFF). Brasília/DF, Brasil. E-mail: jordiothon@gmail.com.

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Publicado

2022-06-04

Como Citar

Angelo, J. O. (2022). DESVELANDO A INQUISITORIEDADE CORDIAL: UMA ANÁLISE SOCIOJURÍDICA DO MODELO PROCESSUAL PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO. Revista Eletrônica De Direito Processual, 23(2). https://doi.org/10.12957/redp.2022.60379