Devir selvagem: a arte do grito ( ou do grito na arte)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/redoc.2019.39916

Palavras-chave:

transexualidade, arte, resistência

Resumo

A partir de uma performance realizada em 2016, o grito opera como máquina de guerra (Deleuze e Guattari, 2012) capaz de agenciar um coletivo que mobiliza uma matilha, de modo que a experiência transexual seja entendida como potência, jamais como loucura. O objetivo desse trabalho é refletir sobre algumas dinâmicas de poder sobre às transexualidades tendo como marcadores de diálogo a raça e dispositivos de opressão na arte. O grito, como uma forma de resistência, coloca em agenciamento “estruturas” de subjetivação que compõem cartografias “trans específicas” em espaços hegemônicos. É deste modo que surge o devir selvagem; aquele que ao devorar os processos assimétricos que lhe assujeitam, cria mundos possíveisoperando fissuras nas hegemonias e construindo redes de afeto e modos de existir. 

Biografia do Autor

Mariah Rafaela Silva, UFF

Bacharel em História da arte, mestre em Ciências Humans com ênfase em história, teoria e crítica da cultura e doutorando em comunicação.

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Publicado

2019-06-02

Como Citar

SILVA, Mariah Rafaela. Devir selvagem: a arte do grito ( ou do grito na arte). Revista Docência e Cibercultura, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 51–72, 2019. DOI: 10.12957/redoc.2019.39916. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/re-doc/article/view/39916. Acesso em: 19 abr. 2024.