Institucionalização da Inovação como Forma de Promoção do Desenvolvimento Econômico Sustentável: Constructo Teórico na Nova Sociologia Institucional e Teoria da Ação Comunicativa

Autores

  • Herika Crhistina Maciel de Oliveira Costa UFRJ
  • Pierre Ohayon Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Branca Regina Catisano dos Santos Silva Riscado Terra UERJ

DOI:

https://doi.org/10.12979/rcmccuerj.v27i3.76361

Resumo

Considerando a relevância do tema inovação para o desenvolvimento econômico e a importância da sua legitimação na sociedade como um todo, este ensaio teórico foi elaborado com o objetivo de trazer a discussão da importância da institucionalização da inovação como forma de promoção do desenvolvimento econômico sustentável. Para isto busca-se arcabouço teórico na Nova Sociologia Institucional (New Institutional Sociology - NIS) e na Teoria da Ação Comunicativa (TAC). A dialogicidade entre as teorias estudadas se observa no agir comunicativo e na busca pela institucionalização da inovação na sociedade contemporânea. Neste sentido, a TAC se apresenta como conciliadora da pluralidade das sociedades, tendo o conhecimento como elo enquanto a teoria institucional retrata a inovação social. Este ensaio explora o conceito de conhecimento coletivo, produzido socialmente, através da socialização, externalização, combinação e internalização do conhecimento, para iluminá-lo como alicerce da evolução econômica e meio de promoção da inovação.


Referências

ABDI - AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL –ABDI. A Indústria de Private Equity e Venture Capital – Censo Brasileiro. Brasília. 2011. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/8419/Private_Equity_e_Venture_Censo.pdf. Acesso em: 24 mar. 2020.

ANCORI, B.; BURETH, A.; COHENDET, P. The economics of knowledge: the debate about codification and tacit knowledge. Industrial and corporate change, Oxford, v. 9, n. 2, p. 255-287, 2000.

BARNEY, J. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, London, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991.

BORGES, M. A.; DELGADO, A. S.; COSTA, L. A.; AGUIAR, R. R. S. de; DANDOLINI, G. A.; SOUZA, J. A. Inovação social: uma gênese a partir da visão sistêmica e teoria da ação comunicativa de Habermas. In: Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation-IDEMI. Florianópolis: Proceedings, p. 1-13, 2015.

BORINS, S. Public management innovation in economically advanced and developing countries. International Review of Administrative Sciences, Thousand Oaks, v. 67, n. 4, p. 715-731, 2001.

BRANDÃO, S. M.; FARIA, M. F. B. Inovação no setor público: análise da produção científica em periódicos nacionais e internacionais da área de administração. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 47, n. 1, p. 227-248, 2013.

BURNS, J.; SCAPENS, R. W. Conceptualizing management accounting change: an institutional framework. Management Accounting Research, v. 11 (1), p. 3–25, 2000.

CROZIER, M.; FRIEDBERG, E. L’acteur et le système. Paris: PUF, 1981.

DAMANPOUR, F. Organizational Innovation: A Meta-analysis of Effects of Determinants and Moderators. Academy of Management Journal, New York, v. 34, n. 3, p. 555-590, 1991.

DAMANPOUR, F.; SCHNEIDER, M. Characteristics of Innovation and Innovation Adoption in Public Organizations: Assessing the Role of Managers. Journal of Public Administration Research and Theory, Oxford, v. 19, n. 3, p. 495-522, 2008.

DiMGGIO, P. J., POWELL, W. The iron cage revisited: institutional isomorphism in organizational fields. American Sociological Review, Thousand Oaks, v. 48, n. 2, p. 147–160, 1983.

DREJER, I. Identifying innovation in surveys of services: a Schumpeterian perspective. Research Policy, Oxford, v. 33, n. 3, p. 551-562, 2004.

EDQUIST C. Systems of Innovation: Technologies, Institutions and Organizations. London: Pinter, 1997.

ETZKOWITZ H.; LEYDERSDORFF L. The dynamics of innovation from national systems and‚"mode 2" to a triple helix of university-industry-government relations. Research Policy, Oxford, v. 29, p. 109-123, 2000.

FARFUS, D.; ROCHA, M. C. S. Inovação Social: um conceito em construção. In: Inovações Sociais, Coleção Inova, II, Curitiba: SESI/SENAI/IEL/UNINDUS, p. 13-34, 2007.

FREEMAN C. Technology policy and economic performance: lessons from Japan, Pinter, London, 1987.

FUGLSANG, L. Bricolage and invisible innovation in public service innovation. Journal of Innovation Economics, Paris, v. 5, n. 1, p. 67-87, 2010.

GALLOUJ, F. Innovation in the service economy: the new wealth of nations. Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing, 2002.

GALLOUJ, F.; ZANFEI, F. Innovation in public services: Filling a gap in the literature. Structural Change and Economic Dynamics, Oxford, v. 27, p. 89-97, 2013.

GALLOUJ, F.; WEINSTEIN, O. Innovation in services. Research Policy, Oxford, n. 26, p. 537-556, 1997.

HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.

HABERMAS, J. Éthique de la discussion. Paris: Cerf, 1992.

HABERMAS, J. Teoría de la acción comunicativa: complementos y estudios prévios. Madrid: Cátedra, 2001.

HARTLEY, J.; SORENSEN, E.; TORFING, J. Collaborative innovation: A viable alternative to market-competition and organizational entrepreneurship. Public Administration Review, Washington, v. 73, n. 6, p. 821-830, 2013.

KOCH, P.; HAUKNES, J. On innovation in the public sector. Publin Report No. D20. Oslo: NIFU STEP, 2005.

LIMA, D. H.; VARGAS, E. R. de. Estudos internacionais sobre inovação no setor público: como a teoria da inovação em serviços pode contribuir? Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 46, n. 2, p. 385-401, abr. 2012.

LUBENOW, J. A. O que há de político na teoria da ação comunicativa? Sobre o déficit de institucionalização em Jürgen Habermas. Philósophos - Revista de Filosofia, Goiânia, v. 18, n. 1, 2013.

LUNDVALL, B. National Systems of Innovation. Towards a Theory of Innovation and Interactive Learning. London: Pinter, 1992.

MEYER, J.W., ROWAN, B. Institutionalized Organizations: Formal Structures as Myth and Ceremony. American Journal of Sociology, Chicago, v. 83, p. 340-363, 1977.

MILES, Ian. Innovation in public services. In: PRIME Conference. Manchester, 2004.

MCTI. Ministério da Ciência e Tecnologia, 2020. Manuais de Referência. Disponível em: http://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/Manuais/Manuais.html. Acesso em: 20 de ago. de 2020.

MULYANINGSIH, H. D.; YUDOKO, G.; RUDITO, B. Initial conceptual model of knowledge-based social innovation. World Applied Sciences Journal, Dubai, v. 30, p. 256-262, 2014.

NELSON, R. National innovation systems, Oxford: Oxford University Press, 1993.

NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação do conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

OECD. Organization for Economic Co-operation and Development. Manual de Oslo – proposta de diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação tecnológica, 1997. 3. ed. Brasília: Traduzido pela FINEP, 2005. Disponível em: http://www.finep.gov.br/images/a-finep/biblioteca/manual_de_oslo.pdf. Acesso em: 25 abr. 2020.

OECD. Organization for Economic Co-operation and Development. Oslo Manual 2018: Guidelines for Collecting, Reporting and Using Data on Innovation, 4th Edition, The Measurement of Scientific, Technological and Innovation Activities, OECD Publishing, Paris/Eurostat, Luxembourg. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1787/9789264304604-en. Acesso em: 18 ago. 2020.

OSBORNE, S. P.; BROWN, L. Innovation, public policy and public services delivery in the UK. The word that would be king? Public Administration, Hoboken, v. 89, n. 4, p. 1335-1350, 2011.

PESQUEUX, Y.; VASCONCELOS, I. F. F. G. Teoria da Ação Comunicativa e responsabilidade social empresarial: uma proposta de pesquisa. Cadernos EBAPE, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 30-40, 2013.

POLANYI, M. The tacit dimension. Gloucester, Mass: Peter Smith, 1983.

POTTS, J. The innovation deficit in public services: The curious problem of too much eficiency and not enough waste and failure. Innovation: Management, Policy & Practice Journal, Helsinki, v. 11, p. 34-43, 2009.

POTTS, J.; KASTELLE, T. Public sector innovation research: what’s next? Innovation: Management, Policy & Practice, Oxfordshire, v. 12, n. 2, p. 122-137, 2010.

ROBERTS, N. C.; KING P. J. Transforming Public Policy: Dynamics of policy entrepreneurship and innovation. San Francisco: Jossey-Bass, 1996.

SCAPENS, R. W. Understanding management accounting practices: A personal journey. The British Accounting Review, Oxford, v. 38, n. 1, p. 1-30, 2006.

SCHUMPETER, J. The Theory of Economic Development. Cambridge/Massachusetts: Harvard University Press, 1934.

SILVA, M. D. F.; JUNQUEIRA, L. A. P.; CARDOSO, O. Inovação e a Teoria Institucional. Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, Recife, v. 14, n. 1, p. 106-114, 2016.

SVEIBY, K. E. Methods for measuring intangible assets. ©Karl-Erik Sveiby Jan 2001, updated 27 April 2010. Disponível em: https://www.sveiby.com/files/pdf/1537275071_methods-intangibleassets.pdfhttps://www.sveiby.com/files/pdf/1537275071_methods-intangibleassets.pdf. Acesso em: 8 out. 2019.

TIDD, J. B.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Managing Innovation: Integrating Technological, Market and organizational change, 2nd edition. Chichester: Wiley, 2001.

TOLBERT, P. S.; ZUCKER, L. G. The Institutionalization of Institutional Theory. In: Studying Organization: Theory & Method. London, Thousand Oaks, New Delhi, p. 169-184, 1999.

TOMAÉL, M. I. Redes de conhecimento: o compartilhamento da informação e do conhecimento em consórcio de exportação do setor moveleiro. 2005. 289f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Escola de Ciência da Informação, 2005.

VAN de VEN, A. H. Central Problems in the Management of Innovation. Management Science, Mineapolis, v. 32, p. 590-607, 1986.

VAN de VEN, A. H.; ANGLE, H. L.; POOLE, M. S. Research on the management of innovation: The Minnesota studies. Oxford: Oxford University Press on Demand, 2000.

VASCONCELOS, I. F. F. G.; PESQUEUX, Y.; CYRINO, A. B. A Teoria da Ação Comunicativa de Habermas e suas aplicações nas organizações: contribuições para uma agenda de pesquisa. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 12, p. 374-383, 2014.

VERGARA, L. G. Habermas y la teoría de la acción comunicativa. Razón y palabra, Monterrey, v.16, n. 75, p. 1-19, 2011. Disponível em: http://www.razonypalabra.org.mx/N/N75/ultimas/38_Garrido_M75.pdf. Acesso em: 15 maio 2021.

WINDRUM, P.; GARCÍA-GOÑI, M. A neo-schumpeterian model of health services innovation. Research Policy, Oxford, v. 37, p. 649-672, 2008.

ZWICK, E.; SILVA, I. C.; BRITO, M. J. Estratégia como prática social e teoria da ação comunicativa: possíveis aproximações teóricas. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 12(spe), p. 384-400, 2014.

Downloads

Publicado

2023-05-22

Como Citar

Costa, H. C. M. de O., Ohayon, P., & Terra, B. R. C. dos S. S. R. (2023). Institucionalização da Inovação como Forma de Promoção do Desenvolvimento Econômico Sustentável: Constructo Teórico na Nova Sociologia Institucional e Teoria da Ação Comunicativa. Revista De Contabilidade Do Mestrado Em Ciências Contábeis Da UERJ, 27(3), 3–17. https://doi.org/10.12979/rcmccuerj.v27i3.76361

Edição

Seção

Artigos