GOVERNANÇA CORPORATIVA: SOLUÇÃO, PALIATIVO OU MODISMO?

Autores

  • Julio Sergio de Souza Cardozo

DOI:

https://doi.org/10.12979/rcmccuerj.v10i2.5594

Resumo

Resumo

A confiança nos mercados de capitais dos Estados Unidos, da Europa e, por conseqüência, do Brasil tem sido abalada por grandes fraudes financeiras, falência de companhias e
desestruturação da linha de comando das empresas. Tais escândalos, para muitos, reforçam a advertência feita em 1776 por Adam Smith para o fato de que “os executivos das empresas são administradores do dinheiro dos outros e não
do seu próprio e não se pode esperar que eles cuidem do dinheiro com a mesma vigilância criteriosa dos donos. Negligência e esbanjamento, assim, sempre prevalecem, de
certa forma, na gestão dos negócios das empresas”."
O debate a respeito da governança corporativa se
insere justamente no contexto da busca de alternativas válidas para superar a crise ética que permeia os negócios, e a pergunta que se faz é: governança corporativa é algo realmente novo? No meu ponto de vista, governança corporativa nada mais significa do que tratar o acionista, o
investidor, com honestidade. Então, não há nada
de novo. Esta é a essência.A recuperação da confiança dos investidores no mercado de capitais é uma responsabilidade de
todos os segmentos da sociedade, o que exige desempenho sustentado de alta qualidade e integridade por parte da gestão corporativa, da profissão contábil, dos conselhos de
administração, dos conselhos fiscais, dos comitês de auditoria, dos bancos de investimento e dos assessores legais. É forçoso reconhecer que não há soluções únicas ou receitas milagrosas,
cabendo a todos os atores do processo comprometerem-se a fazer o que for possível para ajudar a restaurar a confiança dos investidores. 


Palavras-chave: Governança corporativa;Mercado de Capitais; Fraudes; Transparência; Gerenciamento de riscos; Ética nos negócios; Auditoria

ABSTRACT

Trust in capital markets in the United States, Europe and eventually Brazil has been damaged by extensive financial fraud, bankruptcy and dismantling of the business line of command. For many these scandals reminisce back to 1776,
when Adam Smith warned that “company executives take care of other people's money, rather than their own, so we cannot expect they are as careful as the owners. Negligence and
profusion, therefore, must always prevail, more or less, in the management of the affairs of such a company”.
The discussion of corporate governance lies exactly at the level of search for valid alternatives to overcome the ethic crisis pervailing business, and the question is: is corporate governance really new? From my viewpoint, corporate
governance means just treating the shareholder and the investor with honesty. So there is nothing new. This is the heart of the matter. Restoring trust from capital market investors lies
on all segments of the society, which requires sustained performance of high quality and integrity of the corporate management, accounting practice, board of directors,supervisory board, investment banks and legal
advisors. We must acknowledge that there are no stand-alone solutions or miracle formula, and all process players must commit themselves to doing their best to help restore the investors' trust.

Keywords: Corporate Governance; Capital Markets; Fraud; Transparency; Risk Management; Business Ethics; Audit

 

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Publicado

2005-12-26

Como Citar

Souza Cardozo, J. S. de. (2005). GOVERNANÇA CORPORATIVA: SOLUÇÃO, PALIATIVO OU MODISMO?. Revista De Contabilidade Do Mestrado Em Ciências Contábeis Da UERJ, 10(2). https://doi.org/10.12979/rcmccuerj.v10i2.5594

Edição

Seção

Artigos