A polícia bioecnômica: o dispositivo policial no caso das unidades Paraná Seguro

Autores

  • Murilo Duarte Costa Corrêa Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná http://orcid.org/0000-0002-4420-2275
  • Karoline Coelho de Andrade e Souza Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná

DOI:

https://doi.org/10.12957/rqi.2019.37300

Palavras-chave:

Polícia. Bioeconomia. Biocapitalismo. Sociedades de controle. Unidades Paraná Seguro.

Resumo

Este artigo discute a polícia como dispositivo de poder bioeconômico. Para tanto, propõe analisar o caso das Unidades Paraná Seguro em Curitiba, Paraná, entre os anos de 2012 e 2015, com base em fontes documentais, investigando os limites analíticos dos policing studies, cuja inspiração weberiana resulta em uma compreensão da polícia sob seu aspecto exclusivamente repressivo. Uma análise mais detalhada das UPS – programa paranaense de policiamento comunitário que instrumentalizava a implementação de políticas socioeconômicas – descerrou uma forma de exercício de poder não-repressiva, mas constitutiva, como lógica do dispositivo policial. No caso analisado, a atuação da polícia articulava-se com a reconfiguração social e metropolitana do trabalho em Curitiba, implicando novos funcionamentos de poder, característicos do modelo biocapitalista e das sociedades de controle. Os achados empírico-documentais, avaliados na chave teórica da biopolítica foucaultiana, e de alguns de seus desdobramentos posteriores, permitiram redefinir a polícia como um dispositivo de poder bioeconômico, voltado para a gestão e a produção social da vida nas metrópoles.

Biografia do Autor

Murilo Duarte Costa Corrêa, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná

Professor Adjunto de Teoria Política da Faculdade de Direito e do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais Aplicadas da UEPG, instituição em que coordena o LABTESP - Laboratório de Pesquisa Interdisciplinar em Teoria Social/Teoria Política e Pós-Estruturalismo. Affiliated researcher da Faculty of Law and Criminology da Vrije Universiteit Brussel, onde realizou estágio de pós-doutorado. Doutor (USP) e Mestre (UFSC) em Filosofia e Teoria Geral do Direito.  Coorganizou O estado de exceção e as formas jurídicas (UEPG, 2017) e Pensar a Netflix (D’Plácido, 2018). Escreveu, entre outros livros, Direito e Ruptura: ensaios para uma filosofia do direito na imanência (Juruá, 2013) e Filosofia Black Bloc (Circuito, no prelo).

Karoline Coelho de Andrade e Souza, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná

Pesquisadora do LABTESP – Laboratório de Pesquisa Interdisciplinar em Teoria Social/Teoria Política e Pós-Estruturalismo ligado ao Programa de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa. É mestre em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG, Brasil), especialista em Filosofia e Direitos Humanos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR, Curitiba, Brasil) e graduada em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

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Publicado

2020-02-28

Como Citar

Corrêa, M. D. C., & Souza, K. C. de A. e. (2020). A polícia bioecnômica: o dispositivo policial no caso das unidades Paraná Seguro. REVISTA QUAESTIO IURIS, 12(2), 618–646. https://doi.org/10.12957/rqi.2019.37300