A teoria kantiana do dever: a arqueologia de uma paisagem moral
DOI:
https://doi.org/10.12957/rqi.2018.33093Resumo
DOI: 10.12957/rqi.2018.33093
O presente trabalho tem como objetivo sintetizar conhecimentos extraídos de autores das mais diversas tradições da história da filosofia acerca das condições de formação da paisagem moral kantiana a partir de um método arqueológico, focado na construção histórico-filosófica da noção kantiana de dever. Para a consecução desse objetivo, foram adotadas como obras base as de Villey e Agamben sobre o tema, bem como foram delimitados campos autônomos em relação ao contexto dos estudos realizados acerca do pensamento kantiano a serem abordados a partir da premissa inicial (quais sejam: técnica enquanto paradigma da modernidade e o impacto do nominalismo, do protestantismo e do neoestoicismo em Kant). Nas reflexões de caráter mais propriamente filosófico, o trabalho de Agamben assumiu franca relevância, bem como foram incorporadas observações de caráter sociológico fundadas no trabalho de Max Weber sobre a ética intramundana protestante. A conclusão, seguindo as dos estudos base, aponta para a consolidação, na obra kantiana, de um processo de alteração do Weltanschauung da intelligentsia filosófica no Ocidente, com severa repercussão na vida dos habitantes desse hemisfério. A partir dessa conclusão, crê-se, é necessário repensar a noção de dever tanto em suas implicações jurídicas quanto em suas implicações psicológicas.
Palavras-chave: Teoria do Dever kantiana; Officium; Causa Instrumentalis; Gestell; Teoria do Estado e da Justiça pós-positivista.
Abstract
This work aims to synthesize knowledge extracted from authors of different traditions of the history of philosophy about the conditions of formation of the Kantian moral landscape with an archaeological method, focused on the historical-philosophical construction of the Kantian notion of duty. The works of Villey and Agamben on the subject were adopted as basic works, as well as fields were delimited, autonomous in relation to whole of Kantian thought, to be approached from the perspective of the initial premise (such as: technics as a paradigm of modernity and the impact of nominalism, protestantism and neoestoicism on Kant). The parts which bore a more “philosophical” character are deeply indebted to Agamben's propositions and sociological observations based on Max Weber's work on intramundane protestant ethics were incorporated to give the reader a more clear view on the subjects. The conclusion, following the studies adopted as conceptual basis, points to the consolidation, in the Kantian work, of a process of alteration of the Weltanschauung of the philosophical intelligentsia in the West, with severe repercussion in the life of the inhabitants of this hemisphere. Considering this conclusion, it is necessary to rethink the notion of duty both in its legal and psychological implications.
Keywords: Kantian Theory of Duty; Officium; Causa Instrumentalis; Gestell; Post-Positivist Theory of State and Justice.
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