AS DUAS FACES DO RISO SATÍRICO DE JÚPITER NA ENEIDA DE VIRGÍLIO

Autores

  • Paulo Gustavo Santos da Silva UFRJ

Palavras-chave:

Eneida, Júpiter, sátira, riso anódino, riso vituperioso

Resumo

No primeiro canto da Eneida (Aen., I, vv. 223-256), ao ouvir as lamuriosas reclamações da deusa Vênus a respeito do cumprimento dos fados e das desventuras sofridas pelos troianos – feitos de joguete dos deuses sobre o mar –, Júpiter ri, e o termo latino empregado pelo poeta é subridens. Aristóteles, ao mencionar o ridículo e discorrer sobre as raízes da comédia, na sua Poética (IV, 1448b, 23-40; V, 1449a, 32-35) nos permite compreender que existem duas espécies de riso: o anódino e o vituperioso. Por sua vez, Quinto Horácio Flacco, um dos mais celebrados autores latinos, contemporâneo de Virgílio, na sua poesia, distanciando-se do modelo poético de Lucílio, ousa promover uma inovação no modelo do gênero da sátira latina: postulando a possibilidade de uma coexistência, o poeta acrescenta o elemento jocoso ao riso satírico, que, outrora, trazia consigo a solitária presença de um riso só corrosivo. Neste trabalho – que tem como principal objetivo atender aos quesitos de avaliação final do curso “A Prosa Ficcional Latina”, ministrado pela professora Dra. Arlete Mota e pelo professor Dr. Amós Coelho da Silva – nos debruçaremos sobre a Eneida de Virgílio, voltando nossa atenção para o episódio em que Júpiter ri, a fim de, com este recorte, analisar, a partir da nossa leitura exegética da cena, os possíveis tons satíricos presentes nas curvas deste enigmático sorriso do pai dos deuses.

Biografia do Autor

Paulo Gustavo Santos da Silva, UFRJ

Paulo Gustavo Santos da Silva Licenciado em Letras (Português-Latim) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestrando em Letras Clássicas pela mesma instituição. Volta-se para os estudos da épica latina, com particular atenção na Eneida de Virgílio, obra que, no período de Iniciação Científica, tomou por objeto de estudo, concluindo seu trabalho sobre os reflexos da figura histórica de Augusto na caracterização do herói Eneias; e sobre a qual, atualmente, assenta sua pesquisa de mestrado, analisando a construção literária das personagens vencidas do poema e os possíveis diálogos que tais construções podem estabelecer com as leituras otimistas e pessimistas da obra. CV: http://lattes.cnpq.br/5921575860550518

 

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Publicado

2017-12-01

Como Citar

Silva, P. G. S. da. (2017). AS DUAS FACES DO RISO SATÍRICO DE JÚPITER NA ENEIDA DE VIRGÍLIO. PRINCIPIA, (35), 43–60. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/principia/article/view/38610

Edição

Seção

Artigos