E PARA QUEM SABE LER PINGO É LETRA.
Palavras-chave:
memória, oratura, texto escrito, leitura.Resumo
Entre os antigos gregos, um aedo ou rapsodo era capaz de memorizar longos trechos da Ilíada, que continha cerca de quinze mil versos, e da Odisséia, ou cerca de doze mil, ambos distribuídos em dezoito cantos. O divino aedo Demódoco, no canto VIII, fez Ulisses chorar de emoção quando ouviu suas aventuras cantadas tão docemente. Prevalecia o prestígio da memória. Estudos indicam que a oralidade e oratura, na década de 90, ocuparam cerca de 98% do tempo de evolução humana. Mas, no século XX, foi criado até curso de memorização, frente a fragmentação mnemônica do homem social diante da quantidade circulante de informações nos grandes centros urbanos, além da comodidade da agenda, que poupa o esforço de memorizar. A atraente mídia, com seus recursos televisivos, eletrônicos e de comunicação em geral, talvez consuma os cidadãos e os afaste da escrita. A criação da escrita gerou, como bem observou Houaiss, as profissões “do escriba-leitor e a do leitor- escriba”. Na transmissão do saber, temos o lente secundário e o universitário e seus leitores que vieram em consequência; donde, as escolas e as universidades. Se retivermos a sequenciação Iluminismo, Revolução Industrial, Revolução Francesa e a burguesia capitalista somam-se e forjam uma nova modernidade. Nisso tudo, a formação in fieri de leitor e escritor em geral para o exercício da cidadania, com ocupação de profissões qualificadas, no Brasil, fica aberta para letrados funcionais em torno de 2%, na proclamação da República (in HOUAISS: 37) e, na década de 90, em torno de 30% e, por conseguinte, 70% de analfabetos funcionais.Downloads
Publicado
2013-12-02
Como Citar
da Silva, A. C. (2013). E PARA QUEM SABE LER PINGO É LETRA. PRINCIPIA, (27), 1–13. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/principia/article/view/10569
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