TRANSGRESSÃO E FEMINILIDADE EM CELEIDA TOSTES: UM FLERTE COM O CAOS
DOI:
https://doi.org/10.12957/polemica.2020.63488Resumo
Resumo: O presente artigo propõe examinar a produção artística de Celeida Tostes, a partir de sua biografia, construída por Marcus de Lontra Costa e Raquel Silva, no livro Celeida Tostes. Busca-se, portanto, analisar os deslocamentos da artista, entre interdito e transgressão, diante da revolução iconográfica proposta em seu trabalho e verificar em que medidas tais transgressões possibilitaram-lhe um encontro com a feminilidade. Para tal, efetivou-se uma pesquisa bibliográfica ancorada no referencial teórico psicanalítico de Freud e Lacan, no que concerne à temática feminilidade, e exploraram-se os estudos de Bataille relativos aos conceitos de transgressão, interdito e erotismo, com vistas a priorizar as convergências existentes entre tais autores. Além disso, para mediar e enriquecer a discussão, foram priorizados estudiosos dos referidos autores, como Butler, Quinet, Nunes e Safatle. Diante do explorado, pode-se constatar que as transgressões empreendidas por Celeida levaram-na a construir suas próprias regras e normas, de modo que, ao colocar seu ser em questão, opôs-se aos juízos e conceitos vigentes no contexto da ditadura militar e da arte concreta. Vê-se, portanto, que a vida e a obra de Celeida são perpassadas por um desejo que se inseriu no furo do Outro e que, dada a impossibilidade de se desvencilhar totalmente desta instância que também a fez desejar, pôde criar alternativas para se articular entre interdito e transgressão, experimentando, assim, um encontro com a feminilidade.
Palavras-chave: Psicanálise. Feminilidade. Transgressão.
Abstract: This article proposes to examine the artistic production of Celeida Tostes from her biography, built by Marcus de Lontra Costa and Raquel Silva in the book Celeida Tostes. The aim is, therefore, to analyze the artist’s displacements between interdiction and transgression in face of the iconographic revolution proposed in her work and to verify what extent such transgressions enabled her encounter with femininity. To this end, a bibliographic research was carried out anchored in Freud and Lacan’s psychoanalytical theoretical referential that concerns to the femininity and explored Bataille’s studies relatives to concepts of the transgression, interdiction and eroticism, with the intention of prioritizing the existence of convergences between such author. Besides this, to mediate and enrich the discussion were prioritized scholars of these authors, such as Butler, Quinet, Nunes and Safatle. Given the explored, it can be seen that the transgressions undertaken by Celeida led her to construct her own rules and norms, so that, when questioned her being, she opposed the prevailing judgments and concepts in the context of military dictatorship and concrete art. It is seen, therefore, that Celeida’s life and work are permeated by a desire that was inserted in the hole of the Other and that, given the impossibility of completely disentangling herself from this instance that also made her want, she could create alternatives to articulate between interdiction and transgression, thus experiencing an encounter with femininity.
Keywords: Psychoanalysis. Femininity. Transgression.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Cabem ao autor/autora os direitos autorais dos artigos publicados na Polêm!ca, resguardando-se à revista o direito de primeira publicação. Cientes, revista e autores/as, que todos os artigos são de uso gratuito, para fins educacionais e não-comerciais, permitindo que outros remixem, adaptem e construam sobre o trabalho, desde que citada a fonte, quando da sua utilização integral ou parcial, de acordo com a licença Creative Commons CC BY-NC.
O(s) autor(es) tem/têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Respeitando a licença autoral adotada pela Polêm!ca, estimulamos nossos leitores a promover, refletir e escrever, a partir das nossas publicações, incluindo nas citações o link para o artigo disponível no site da Revista Polêm!ca, sempre que um artigo for citado ou replicado, e observando a grafia correta do nome da revista Polêm!ca.
Todo o conteúdo de terceiros (imagens, trechos, citações, etc.) deverá possuir referências a sua fonte original adicionadas como notas de rodapé ou referências bibliográficas com sua devida identificação.
Artigos submetidos que contiverem citações, tabelas ou imagens extraídas de outras publicações não serão aceitos, caso possuam mais conteúdo de terceiros do que conteúdo original.
Revista Polêm!ca está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.