O desejo de conhecer o outro: viagens e viajantes de Italo Calvino
Resumo
O presente artigo aborda a viagem na obra do escritor italiano Italo Calvino, indicando suas diversas conformações na mesma. Como norteadores dessa reflexão sobre a viagem temos as figuras do viajante e do estrangeiro, conforme apresentadas por Georg Simmel e Nelson Brissac Peixoto; as especificidades do olhar do viajante, de acordo com Sérgio Cardoso; e as questões do nomadismo e da pulsão pela errância, fundamentadas na obra de Michel Maffesoli. A partir desse referencial teórico percorre-se a obra de Calvino identificando personagens e narrativas que têm na viagem forte ancoradouro: acompanha-se, assim, a infinita viagem cartográfica de Marco Polo em As cidades invisíveis; a imóvel viagem telescópica do olhar em Palomar; a viagem pelo universo arbóreo construído e delimitado pelo próprio viajante, Cosme de Rondó, em O barão nas árvores; a viagem em busca da poesia no que há de mais banal e concreto na cinzenta cidade de Marcovaldo ou as estações na cidade; a viagem essencial no tempo e no espaço infindáveis que faz Qfwfq em As cosmicômicas, prolífero diálogo entre ciência e ficção; a viagem pela linguagem e pela representação de O cavaleiro inexistente e, por fim, a viagem literária do Leitor de Se um viajante numa noite de inverno.
Palavras-chave
viagem; viajante; Italo Calvino; nomadismo; errância
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ISSN 1809-3507 | DOI: 10.12957/palimpsesto
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