A Política Externa Independente e a Teoria da Autonomia

Autores

  • Paulo Afonso Velasco Júnior UERJ
  • Fábio Santino Bussmann

DOI:

https://doi.org/10.12957/neiba.2017.37137

Resumo

Desde a segunda metade do século passado, diversos acadêmicos adotaram a autonomia como variável explicativa para o comportamento assumido por determinados países latino-americanos. O objetivo deste artigo é testar a Teoria da Autonomia de Hélio Jaguaribe de forma empírica, mediante o estudo de caso da Política Externa Independente (PEI) do governo Jânio Quadros. O estudo se mostra importante porque resgata e propõe-se a testar importante teoria, que tem possibilidade de uso direto em análises de política externa, concebida, como só em raras oportunidades, a partir do Sul global, mas que caiu, em larga medida, em desuso nas análises de pesquisadores das relações internacionais, até mesmo os do Sul. E isso ao mesmo tempo em que o conceito de autonomia, deslocado da teoria que o originou, continuou a ser usado e ressignificado por um bom número de estudiosos dedicados à pesquisa das políticas externas latino-americanas.

Referências

BENNET, A. e ELMANN, C, 2006. Complex Causal Relations and Case Study Methods: the example of Path Dependence. Political Analysis, v.14, p. 250-267.

BIELSCHOWSKY, Ricardo (2004). Pensamento Econômico Brasileiro: O ciclo ideológico do desenvolvimentismo. Rio de Janeiro: Contraponto.

CASTRO, J.A. de Araújo, 1972. O congelamento do Poder Mundial. Revista Brasileira de Estudos Políticos n.33. Belo Horizonte, UFMG. p.7-30.

CERVO, Amado, 2008a Conceitos em Relações Internacionais. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, v. 51, n. 2, p. 8-25, ago.

___________, 2008b. Inserção Internacional: Formação dos conceitos brasileiros. São Paulo: Ed. Saraiva,.

CERVO, Amado; BUENO, Clodoaldo (2010). História da política exterior do Brasil. 3. ed. Brasília: Unb.

DANTAS, San Tiago (2011). Política Externa Independente. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão.

FERRO, Marc (2005). Colonization: a Global History, London and New York: Routledge.

FONSECA JÚNIOR, Gelson (1998). A Legitimidade e outras Questões Internacionais: poder e ética entre as nações. São Paulo: Paz e Terra.

FRANCO, Alberto da Costa (2007). Documentos da política externa independente. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão.

GOERTZ, Gary (2005). Social Science Concepts: A User’s Guide. Princeton: Princeton Uni-versity Press.

JAGUARIBE, H, 1979. Autonomía periférica y autonomía céntrica. Estudios Internacionales, v. 12, n. 46, p. 91-130.

___________, (2017) [1969]. Dependencia y autonomía en América Latina. IN: Helio Jaguaribe. Aldo Ferrer. Miguel S. Wionczek. Theotonio Dos Santos. La dependencia político-económica de América Latina. Buenos Aires: CLACSO.

LAFER, Celso (2001). A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira: passado, presente e futuro. São Paulo: Perspectiva.

LIJPHART, Arend, 1971. Comparative Politics and the Comparative Method. American Poli-tical Science Review, v. 3, n. 65.

LIMA, Maria Regina Soares de (1992). Enfoques analíticos de política exterior: el caso brasi-leño. In: R. Russell (Comp.), Enfoques teóricos y metodológicos para el estudio de la política exterior. Buenos Aires: Grupo Editor Latinoamericano/RIAL.

___________, 2003. Na trilha de uma política externa afirmativa. Observatório da Cidadania (Relatório), v. 7, n. 1, p. 94-100,.

MELLO, Flávia de Campos. (2000), Regionalismo e inserção internacional: Continuidade e Transformação da Política Externa Brasileira nos Anos 90. Tese de Doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

MOURA, Gerson (1980). Autonomia na Dependência: a política externa brasileira de 1935 a 1942. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,.

PINHEIRO, Letícia (2004). Política externa brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

QUADROS, Jânio da Silva, 1961. A Nova Política Externa do Brasil. Revista Brasileira de Política Internacional. Rio de Janeiro, ano IV, n.16. p. 150-156.

RUIZ, José Briceño; SIMONOFF, Alejandro, 2017. La Escuela de la Autonomía, América Latina y la teoría de las relaciones internacionales. Estudios Internacionales, Universidad de Chile, v. 49, n. 186, p. 39-89.

RUSSEL, R. TOKATLIAN, J. G., 2002. De la autonomía antagónica a la autonomía relacio-nal: una mirada teórica desde el Cono Sur. Perfiles latinoamericanos, vol. 21. p. 159-194

SARAIVA, Miriam G., 1998. Política externa, política interna e estratégia de desenvolvimento: o projeto de Brasil potência emergente (1974 a a1979). Sociedade em Debate. Vol.4 n1. Pelotas/RS: Universidade Federal de Pelotas, p.19-38

SILVA, Alexandra de Mello e, 1995. O Brasil no continente e no mundo: atores e imagens na política externa brasileira contemporânea. Estudos Históricos vol.8 n.15. Rio de Janeiro, p.95- 118

VIGEVANI, Tullo and JUNIOR, Haroldo Ramanzini (2014). Autonomia, integração regional e política externa brasileira: Mercosul e Unasul. Dados [online]., vol.57, n.2, pp.517-552. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/dados/v57n2/a08v57n2.pdf (acesso em 04/09/2018).

VIZENTINI, Paulo G, 1999. Fagundes. O Brasil e o Mundo: a política externa e suas fases, Ensaios FEE, vol. 20, n.1. Porto Alegre, p. 134-154.

___________ (2005). Relações internacionais do Brasil: de Vargas a Lula. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.

Downloads

Publicado

2018-09-06

Como Citar

Velasco Júnior, P. A., & Bussmann, F. S. (2018). A Política Externa Independente e a Teoria da Autonomia. Revista Neiba, Cadernos Argentina Brasil, 6(1), e37137. https://doi.org/10.12957/neiba.2017.37137

Edição

Seção

ARTIGOS | ARTICLES