A Diplomacia do Etanol na América Latina e Caribe: O que queria o Brasil? | Ethanol Diplomacy in Latin America and the Caribbean: What Did Brazil Want? (2003-2010)

Autores

  • Lucas Marques Feitosa Universidade Federal de Pernambuco
  • Maria Gabriela Mendonça Mazzarella Universidade Federal de Pernambuco
  • Luiz Fernando Oliveira do Nascimento Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.12957/rmi.2022.68248

Palavras-chave:

Acordos Internacionais, Etanol, Brasil

Resumo

Este trabalho discute a diplomacia do etanol realizada pelo Brasil durante o governo Lula, com especial atenção aos atos internacionais assinados nesse período. Esta pesquisa se estrutura em torno de um eixo principal: entender quais eram as preferências do Brasil ao promover a diplomacia do etanol em meio aos países da América Latina e do Caribe. A metodologia utilizada envolveu a construção de um banco de dados original, bem como a aplicação de técnicas de estatística descritiva e análise de conteúdo. Os achados indicam que o Brasil utilizou a diplomacia do etanol através da assinatura de atos internacionais para construir coalizões dentro da região com o intuito de estabelecer um mercado internacional de etanol. Contudo, pudemos verificar que os atos internacionais assinados não resultaram de fato nos efeitos esperados pelo Brasil para a região.

Palavras-chave: Acordos Internacionais. Etanol. Brasil.

ABSTRACT

This paper discusses the ethanol diplomacy carried out by Brazil during the Lula administration, with special attention to the international agreements signed during this period. This research is structured around a main axis: understanding what Brazil's preferences were when promoting ethanol diplomacy among Latin American and Caribbean countries. The methodology used involved the construction of an original database, as well as the application of descriptive statistics and content analysis techniques. The findings indicate that Brazil used ethanol diplomacy through the signing of international acts to build coalitions within the region in order to establish an international ethanol market. However, we were able to verify that the signed international agreements did not actually result in the effects expected by Brazil for the region.

Keywords: International Agreements. Ethanol. Brazil.

 

Recebido em: 14 jun. 2022 | Aceito em: 20 dez. 2022.

Referências

Afionis, S. et al. (2016) ‘Unpacking Brazil’s Leadership in the Global Biofuels Arena: Brazilian Ethanol Diplomacy in Africa.’ Global Environmental Politics, v. 16(3), pp. 127-150.

Agência Internacional de Energia (AIE). (2022) Energy Security: Ensuring the Uninterrupted Availability of Energy Sources at an Affordable Price. Disponível em: https://www.iea.org/areas-of-work/ensuring-energy-security. [Acesso em: 07 dezembro 2022].

Almeida, P.R. (2007) ‘Brazil as a Regional Player and an Emerging Global Power.’ FES Briefing Paper 8. Disponível em: http://library.fes.de/pdf-files/iez/global/04709.pdf. [Acesso em: 14 junho 2022].

Barbosa, R. (2008) ‘A Política Externa do Brasil para a América do Sul e o Ingresso da Venezuela no Mercosul’. Interesse Nacional, abr./jun., pp. 2-21

Bittencourt, G. M.; Fontes, R. M. O.; Campos, A. C. (2012) ‘Determinantes das Exportações Brasileiras de Etanol’. Revista de Política Agrícola, v. 21(4), pp. 4-19.

Borras Jr, S. M.; Fig, D.; Suárez, S. M. (2011) ‘The Politics of Agrofuels and Mega-land and Water Deals: Insights from the ProCana Case, Mozambique’. Review of African Political Economy, v. 38 (128), pp. 215-234.

Brandão, E. A. F. (2015) ‘A Geoeconomia do Etanol: As Condicionantes e as Oportunidades Para a Consolidação de um Mercado Global’. Universitas: Relações Internacionais, v. 16(2), pp. 37-50.

Cesnakas, G. (2010) ‘Energy Resources in Foreign Policy: A Theoretical Approach’. Baltic Journal of Law & Politics, v. 3(1), pp. 30-52.

Dalgaard, K. G. (2017) The energy statecraft of Brazil, the rise and fall of Brazil’s ethanol diplomacy. Brasília: Fundação Alexandre Gusmão.

Hopewell, K. (2015) ‘Different Paths to Power: The Rise of Brazil, India and China at the World Trade Organization’. Review of International Political Economy, v. 22(2), pp. 1-37.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) (2021). Etanol - Comércio Exterior Brasileiro. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade /agroenergia/etanol-comercio-exterior-brasileirol [Acesso em: 30 novembro 2021].

Ministério das Relações Exteriores (MRE) (2007). Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República do Paraguai para o Estabelecimento de Plano de Ação para o Desenvolvimento dos Biocombustíveis no Paraguai. Disponível em: https://concordia.itamaraty.gov.br/detalhamento-acordo/5831?DataFinal1=31%2F12%2F2010&DataInicial1=04%2F04%2F2007&TipoAcordo=BL%2CTL%2CML&TpData1=1&page=138&tipoPesquisa=2 [Acesso em 10 dezembro 2021].

Ministério das Relações Exteriores (MRE) (2005a) Memorando de Entendimento na Área de Açúcar e de Etanol. Disponível em: https://concordia.itamaraty.gov.br/detalhamento-acordo/5381?DataFinal1=31%2F12%2F2010&DataInicial1=01%2F01%2F2005&TipoAcordo=BL%2CTL%2CML&TpData1=1&page=196&tipoPesquisa=2 [Acesso em: 10 dezembro 2021].

Ministério das Relações Exteriores (MRE) (2005b) Memorando de Entendimento para Cooperação na Área da Indústria do Etanol Combustível entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e o Ministério de Energia e Petróleo da República Bolivariana da Venezuela. Disponível em: https://concordia.itamaraty.gov.br/detalhamento-acordo/5318?DataFinal1=31%2F12%2F2010&DataInicial1=01%2F01%2F2005&TipoAcordo=BL%2CTL%2CML&TpData1=1&page=202&tipoPesquisa=2. [Acesso em: 10 dezembro 2021].

Papa, M.; Gleason, N. W. (2012) ‘Major Emerging Powers in Sustainable Development Diplomacy: Assessing Their Leadership Potential’. Global Environmental Change, v. 22, pp. 915-924.

Ribeiro, C. O. (2009) ‘A Política Africana do Governo Lula’. Tempo Social, v. 21(2), pp. 185-209.

Ribeiro, R. A. (2015) ‘A Energia na Política Externa Brasileira. Neiba, v. 4(1), pp. 45-58.

Ribeiro, R. A. (2018) Cooperação Sul-Sul em Biocombustíveis: Interesses e Contradições da Política Externa Brasileira em Moçambique (2003-2015). Tese de Doutorado, Ciência Política/Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Ribeiro, R. A. (2014) Inserção Internacional e Energia: A Política Externa de Lula para Biocombustíveis. Dissertação de Mestrado, Ciência Política e Relações Internacionais/Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Sennes, R. U; Narciso, T. (2009) ‘Brazil as an International Energy Player’. In: Brainard, L.; Martinez-Diaz, L. (eds.), Brazil as an Economic Superpower? Understanding Brazil’s Changing Role in the Global Economy. Washington D.C: Brooking Institution Press, pp. 17-54.

Underdal, A. (1994) ‘Leadership Theory: Rediscovering the Arts of Management’. In Zartman, W (ed.), International Multilateral Negotiation: Aproaches to The Management of Complexity. San Francisco: Jossey-Bass Publishers, pp. 178-197.

Downloads

Publicado

21-12-2022

Como Citar

Feitosa, L. M., Mazzarella, M. G. M., & do Nascimento, L. F. O. (2022). A Diplomacia do Etanol na América Latina e Caribe: O que queria o Brasil? | Ethanol Diplomacy in Latin America and the Caribbean: What Did Brazil Want? (2003-2010). Mural Internacional, 13, 68248. https://doi.org/10.12957/rmi.2022.68248

Edição

Seção

DOSSIÊ | DOSSIER Políticas Externas na América Latina