O papel da política externa brasileira e da paradiplomacia na resposta ao coronavírus | Brazilian foreign affairs and paradiplomacy role in the Coronavirus response efforts

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/rmi.2021.58859

Palavras-chave:

política externa brasileira, paradiplomacia, coronavírus

Resumo

A partir dos anos 1980, fatores domésticos e sistêmicos contribuíram para que a política externa começasse a incorporar novos atores e temas para além das questões relativas à defesa e à segurança. Nesse contexto, a dimensão subnacional da política externa passou a ganhar cada vez mais importância com a atuação de estados e municípios em busca de um maior protagonismo internacional. Em 2020, com o surto global do coronavírus, essa atuação tem ganhado destaque pela incessante busca de parcerias internacionais para combater a doença, muitas vezes contrariando o governo federal, cuja atuação tem sido marcada pela falta de coordenação e até mesmo pelo conflito entre a União e os entes federativos. De natureza qualitativa, esse artigo utilizará fontes primárias e secundárias a fim de compreender a política externa subnacional voltada para o combate à pandemia.

Palavras-chave: Política externa brasileira; paradiplomacia; coronavírus.

ABSTRACT

Since the 1980s, domestic and systemic factors contributed to the incorporation of new actors and themes in addition to defense and security issues at the foreign policy agenda. In this context, the action of states and municipalities searching for a greater international role result in a growth of importance of the subnational dimension of foreign policy. In 2020, with the global outbreak of coronavirus, this performance has gained prominence due to the subnational governments incessant search for international partnerships to fight the disease, often contradicting the federal government, whose performance has been marked by the lack of coordination and even by the conflict between the Union and federative entities. As a qualitative research, this article will use primary and secondary sources in order to understand the subnational foreign policy aimed at combating the pandemic.

Keywords: Brazilian foreign policy; paradiplomacy; coronavirus.

 

Recebido em: 01 abr. 2021 | Aceito em: 20 mai. 2021.

Biografia do Autor

Patrícia Oliveira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Relações Internacionais pelo PPGRI/UERJ (bolsista CAPES), mestre em Ciência Política pelo PPGCP/UNIRIO, pesquisadora da Unidade de Inteligência Comercial (Governo do estado do Rio/ Unilasalle-RJ).

Tiago Nery, Fundação Oswaldo Cruz

Doutor em Ciência Política pelo IESP/UERJ e assessor de Relações Internacionais do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz. Pesquisador do Labmundo (IESP/UERJ).

Referências

Albuquerque, M. (2020). ‘Globalização da saúde pública: a Organização Mundial da Saúde e a cooperação na América do Sul’, Boletim OPSA, n. 2, pp. 7-16, [Online]. Disponível em: http://opsa.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Boletim_OPSA_2020_n2_abr-jun-1.pdf [Acesso em 01 Ago 2020].

Alvarenga, A. A. Rocha, E.M.S. Fillipon, J. Andrade, M. A. C. (2020). ‘Desafios do estado brasileiro frente à pandemia pela covid-19: o caso da paradiplomacia maranhense’, Cadernos de Saúde Pública, 36 (12), 15p., [Online]. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csp/2020.v36n12/e00155720/ [Acesso em: 01 Out 2020].

Amorim, C. (2019). ‘Nau sem rumo: a política externa brasileira no início de 2019’, Margem Esquerda, 32, pp 33-39.

Asano, C.; Ventura, D.; Aith, F.; Quijano, F.; Reis, R.; Ribeiro, T. (2020). Boletim n. 1 Direitos na Pandemia. Disponível em: <https://www.conectas.org/wp/wp-content/uploads/2020/07/01boletimcovid_PT.pdf> [Acesso em: 11 agosto 2020].

Belém Lopes, D. (2020). ‘De-westernization, democratization, disconnection: the emergence of Brazil’s post-diplomatic foreign policy’, Global Affairs, v. 6, pp. 1-18.

Betim; F. (2020). ‘Niterói se antecipa ao coronavírus e planeja testar mais que EUA e Coreia do Sul’. El País. Disponível em: < https://brasil.elpais.com/brasil/2020-05-07/niteroi-se-antecipa-ao-coronavirus-e-planeja-testar-mais-que-eua-e-coreia-do-sul.html?utm_source=Facebook&ssm=FB_BR_CM#Echobox=1588866492> [Acesso em: 29 agosto 2020].

Bueno, I. (2012). Paradiplomacia Econômica: Trajetórias e tendências de atuação internacional dos governos estaduais do Brasil e dos Estados Unidos. Brasília, Editora Verdana.

Carta Capital (2019). ‘Em missão na Europa, Consórcio Nordeste mira negócios e mostra Brasil sustentável’. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/em-missao-na-europa-consorcio-nordeste-mira-negocios-e-mostra-brasil-sustentavel/[Acesso: 30 agosto 2020].

Cezário; G (2011). Atuação Global Municipal: Dimensões e Institucionalização. Dissertação de Mestrado, Relações Internacionais / Universidade de Brasília.

Chagas-Bastos, F. H. (2019). ‘Political realignment in Brazil: Jair Bolsonaro and the right turn’, Revista de Estudios Sociales, v. 69, pp. 92-100.

Fiocruz (2021). ‘Boletim Extraordinário de 30 de março de 2021’. Observatório Covid-19/Fiocruz. Disponível em: <https://agencia.fiocruz.br/sites/agencia.fiocruz.br/files/u34/boletim_extraordinario_2021-marco-30-red.pdf> [Acesso em: 31 março 2021].

Fróio, L (2015). Paradiplomacia e o impacto da alternância de governos na atuação internacional dos estados brasileiros. Tese de Doutorado, Relações Internacionais / Universidade Federal de Pernambuco.

Furtado, C. (1999) O longo amanhecer: reflexões sobre a formação do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Lacerda, M. B. (2019) O novo conservadorismo brasileiro: de Reagan a Bolsonaro. Porto Alegre: Zouk.

Miklos, M. S. (2011). ‘Diplomacia Federativa: o Estado brasileiro e a atuação internacional de suas Unidades Constituintes’. Carta internacional, v. 6 (1), . pp. 83-100.

Milani, C. R. S. (2018) Solidariedade e interesse: motivações e estratégias na cooperação internacional para o desenvolvimento. Curitiba: Appris.

Milani, C. R. S.; Piheiro, L. (2017). ‘The Politics of Brazilian Foreign Policy and Its Analytical Challenges’, Foreign Policy Analysis, n. 13, pp. 278-296.

Moreira, I. (1999) ‘Itamar chama diplomata para escritório na França’. Folha de Londrina, . Disponível em: <https://www.folhadelondrina.com.br/geral/itamar-chama-diplomata-para-escritorio-na-franca-233941.html> [Acesso: 1 de out. 2019].

NEAAPE (2018). ‘Assessorias internacionais dos estados’, Coleção NEAAPE I. . Disponível em: <http://neaape.com.br/2018/05/28/colecao-neaape-i-assessorias-internacionais-estados/> [Acesso: 30 mai. 2018].

Salomón, M. (2017). Paradiplomacia do Estado do Rio de Janeiro - 2007-2017: teoria e prática. Estado do Rio de Janeiro: Imprensa Oficial.

Santoro, M. (2019). ‘Crises provocadas por Bolsonaro abrem espaço para governadores na diplomacia’. Época. Disponível em: <https://epoca.globo.com/artigo-crises-provocadas-por-bolsonaro-abrem-espaco-para-governadores-na-diplomacia-23914293> [Acesso: 30setembro 2019].

Santos, L. W.; Albuquerque, M. (2020). ‘A pandemia de Covid-19 nas políticas doméstica e externa do Brasil: disputa entre poderes institucionais, alinhamento aos EUA e isolamento internacional’. Boletim OPSA, n. 2, pp. 7-16 [Online]. Disponível em: http://opsa.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Boletim_OPSA_2020_n2_abr-jun-1.pdf [Acesso em 01 Ago 2020].

Soldatos, P. (1990). ‘An explanatory framework for the study of federated states as foreign-policy actors’, In Michelman, H.; Soldatos, P. (eds.). Federalism and International Relations: the role of subnational units. Oxford: Clarendon Press.

Spektor, M. (2019). ‘Diplomacia da ruptura’. In Democracia em risco? 22 ensaios sobre o Brasil hoje. São Paulo: Companhia das Letras.

Downloads

Publicado

02.06.2021

Como Citar

Oliveira, P., & Nery, T. (2021). O papel da política externa brasileira e da paradiplomacia na resposta ao coronavírus | Brazilian foreign affairs and paradiplomacy role in the Coronavirus response efforts. Mural Internacional, 12, e58859. https://doi.org/10.12957/rmi.2021.58859

Edição

Seção

DOSSIÊ | DOSSIER SIMPORI 2020