Práticas clínicas e modos de subjetivação -Reflexões ético-estético-políticas

Autores

  • Daniela Albrecht Marques Coelho

Palavras-chave:

práticas clínicas, ética, produção de subjetividade

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar uma visão institucional da clínica, propondo, como elemento fundamental para dimensionar a prática da mesma, a construção de determinada noção de ética. A análise institucional é utilizada como ferramenta para um entendimento histórico-social do sujeito e, portanto, das práticas clínicas a ele voltadas. Procurando desfazer a falsa dicotomia entre clínica e política, opomo-nos a uma suposta neutralidade, na medida em que concebemos toda e qualquer prática como implicando um posicionamento político imanente. A perspectiva ética mencionada contrapõe-se a uma subordinação acrítica a um corpo teórico hermeticamente fechado, propondo uma relação de diálogo entre teoria e prática, privilegiando uma prática clínica voltada para a produção do novo e da diferença, ou seja, de processos de singularização, em detrimento de mecanismos de reprodução de modos dominantes de subjetivação. No que diz respeito à loucura, além de viabilizar a construção de modos de vida novos e autônomos, trata-se de conferir legitimidade e consistência aos territórios já construídos, quase sempre política e culturalmente esvaziados. Por fim, é discutida a experiência de estágio no Espaço Aberto ao Tempo, serviço de atenção diária em Saúde Mental, cuja prática assistencial – em permanente construção – vem se consolidando como experiência clínica singular.

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Publicado

2005-12-30

Como Citar

Coelho, D. A. M. (2005). Práticas clínicas e modos de subjetivação -Reflexões ético-estético-políticas. Mnemosine, 1(2). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/mnemosine/article/view/41393

Edição

Seção

Artigos