Memórias de imposições normativas e coerções: o corpo deseja celebrar Dioniso

Autores

  • Leila Navarro de Santana

Palavras-chave:

corpo, poder, identidade

Resumo

O corpo, na tradição metafísica ocidental, foi considerado um objeto. Platão é um autor relevante, nessa tradição, que sustenta a dicotomia corpo-alma, como duas naturezas totalmente heterogêneas. A alma é o propriamente humano, já o corpo é um vasilhame descartável, uma prisão que limita a essência do homem: um objeto que nos encadeia e nos cerceia. Partindo desta tradição, o corpo foi enunciado, codificado, interpretado e dominado nas relações sociais que tentaram regimentar e controlar essa corporalidade. Inúmeras conceituações objetivantes e dicotômicas sobre o corpo construíram uma memória e uma identidade corporais que o reduziram a uma coisa ou a uma mercadoria apropriável. Contudo, há outras formas de ver o corpo. Na leitura nietzschiana, por exemplo, o corpo é celebrado como uma multidão de impulsos criativos em jogo, como a dinâmica do devir que exprime as potências instintivas do homem; na linguagem mítica arcaica, através do corpo falam Dioniso e todas as forças salutares da terra, da vida.

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Publicado

2005-12-30

Como Citar

Santana, L. N. de. (2005). Memórias de imposições normativas e coerções: o corpo deseja celebrar Dioniso. Mnemosine, 1(2). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/mnemosine/article/view/41382

Edição

Seção

Artigos