Das formas de vislumbrar anjos - Asas sagradas e asas do desejo nas redes católica e psi

Autores

  • Marcela Peralva Aguiar
  • Denise Barcellos da Rocha Monteiro
  • Ana Maria Jacó-Vilela

Palavras-chave:

Psicologia, História, anjos.

Resumo

Este trabalho pretende, sob a forma de experimentação ou ensaio, estabelecer analogias entre possíveis caminhos da psicologia e descrições de anjos. Dessa forma, partindo das imagens do anjo católico, modelo de perfeição que tem como função iluminar o caminho dos mortais, e dos anjos do filme “Asas do Desejo”, do cineasta alemão Win Wenders, que, longe da perfeição, podem ser atingidos por sentimentos como tédio e inveja, vivem sobre o céu cinzento de Berlim e não possuem o poder de intervir na vida de nenhum mortal, busca-se discutir os possíveis enrijecimentos e potencialidades das teorias e práticas da psicologia. Toma-se como intercessor conceitual o anjo de Paul Klee, que Walter Benjamim chamou de “anjo da História”. Este, ao reger as narrativas humanas, não é doce nem roliço como o anjo católico, nem pretende iluminar o “melhor caminho”; pelo contrário, é anguloso e deformado, devastado por todas as paixões e acontecimentos. Tampouco pode, como o anjo de Wenders, ser compassivo, ou mesmo entediado; ele se reveste de horror pelas ruínas que se amontoam à sua volta, e somente isso tem a oferecer. Qual desses anjos permeará nossas práticas? No que tange aos dados referentes aos católicos, utilizamos aqueles coletados através do projeto de pesquisa “A Constituição da Psicologia no Brasil: Católicos e Médicos”, cujo objetivo é apreender as inter-relações do catolicismo e do pensamento médico na formação e autonomização da Psicologia no Brasil.

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Publicado

2005-12-30

Como Citar

Aguiar, M. P., Monteiro, D. B. da R., & Jacó-Vilela, A. M. (2005). Das formas de vislumbrar anjos - Asas sagradas e asas do desejo nas redes católica e psi. Mnemosine, 1(2). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/mnemosine/article/view/41379

Edição

Seção

Artigos