Redesenhando o lugar da pesquisa – Experimentando a prática da restituição
Resumo
Tomando como base pesquisas realizadas pelo programa de Intervenção Voltado às Engrenagens e Territórios de Exclusão Social - PIVETES/UFF-, nas quais buscamos problematizar o lugar ocupado pelos psicólogos no judiciário bem como os efeitos de suas práticas no cotidiano de crianças e jovens do estado do Rio de Janeiro, buscamos evidenciar, nesse texto, algumas análises e considerações de dois momentos vivenciados por esse grupo de trabalho. O primeiro retratou o contexto de realização e análises das entrevistas com alguns psicólogos concursados da Corregedoria Geral de Justiça do Rio de Janeiro, culminando na elaboração de um artigo. O segundo deu visibilidade à experiência da prática da restituição, ferramenta pouco difundida no Brasil e utilizada pela primeira vez nesse grupo. A restituição, um procedimento intrínseco à pesquisa, na visão da Análise Institucional, permitiu à população pesquisada escapar ao lugar instituído de “objeto”, e ao pesquisador sair da posição de “neutralidade” instituída como científica, na medida em que ambos, entrevistadores e entrevistados, participaram de uma discussão coletiva onde puderam juntos analisar os conhecimentos produzidos. Pudemos perceber a riqueza da restituição e suas inúmeras possibilidades de intervenção em nós, enquanto sujeitos comprometidos com a construção de uma psicologia social contextualizada. Em síntese, essa ferramenta produziu e vem produzindo efeitos em nossas práticas que ainda estão sendo assimilados.
Palavras-chave
pesquisa-intervenção; restituição; especialismo psi; judiciário, infância e juventude
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