Verde-amarelismo: antropofagia e democracia racial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2022.66302

Palavras-chave:

Estudos críticos de raça, Modernismo, Identidade nacional.

Resumo

Ainda hoje o mito da democracia racial retorna em diversos discursos como forma de ocultar ou subestimar os efeitos do racismo no Brasil. Consolidado na década de 1930, o mito tem firmes bases nos debates in- telectuais ocorridos em meio ao modernismo dos anos 1920, e construiu sua hegemonia pela formação de consensos entre distintas, e eventualmente contraditórias, posições políticas e estéticas. Considerando os diálogos estabelecidos com o Verde-amarelismo dentro do modernismo paulista dos 1920 e a presença do racial na Revista de Antropofagia, procuro elucidar a relação destes movimentos literários e culturais com a formação do mito da democracia racial. A análise revela como a antropofagia postula um sujeito transparente e autodeterminado como consequência de um traço cultural de um sujeito, outrossim considerado afetável, indígena, transmutado sincronicamente pela absorção continuada da subjetividade europeia.

Biografia do Autor

Rodrigo Octávio Cardoso, Universidad de Chile

Tem graduação em Física e em Letras-Alemão, e mestrado em Estudos Literários pela UFF. Obteve o doutorado na UNICAMP, com estágio de pesquisa na UCLA, investigando as relações entre primitivismo vanguardista e discursos raciais nacionais na América Latina, comparando o indigenismo peruano e a antropofagia brasileira sob perspectiva pós e decolonial. Tem publi- cações sobre poesia moderna, tradução, estética e política e historiografia literária. Atualmente realiza pesquisa de pós-doutorado com bolsa Fondecyt na Universidade do Chile, investigando as transformações nos discursos raciais na literatura latino-americana do século XIX para o XX.

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Publicado

2022-11-08

Como Citar

Cardoso, R. O. (2022). Verde-amarelismo: antropofagia e democracia racial. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 29(57), 549–563. https://doi.org/10.12957/matraga.2022.66302