Construções gramaticais e ponto de vista: as concessivas [Embora P, Q] e as condicionais concessivas [Se P, Q]
Lilian Vieira Ferrari, Gabriela Silva Ribeiro
Resumo
Este trabalho contrasta construções concessivas [Embora P, Q] e condicionais concessivas [Se P, Q] em textos jornalísticos do português brasileiro. Com base no Princípio de Não-Sinonímia (GOLDBERG, 1995), evidencia-se que essas construções apresentam diferenças pragmáticas que podem ser explicadas a partir da alternância de ponto de vista na rede de espaços mentais na qual se inserem (FAUCONNIER, 1994, 1997; CUTRER, 1994; DANCYGIER & SWEETSER, 2012). A análise destaca que, nas concessivas [Embora P,Q], o ponto de vista é alocado no espaço Base, referente ao aqui e agora do jornalista. Já nas condicionais concessivas [Se P, Q], o ponto de vista é deslocado para um espaço de discurso reportado, referente à fala de uma terceira pessoa reportada anteriormente no discurso. Associadas às diferentes estratégias de sinalização de ponto de vista, essas construções também refletem posturas epistêmicas distintas. As concessivas refletem postura epistêmica positiva e, portanto, comprometimento do jornalista com a factualidade do evento descrito na cláusula introduzida por “embora”, enquanto as condicionais concessivas refletem postura epistêmica neutra, indicando que o jornalista expressa neutralidade com relação à factualidade do evento reportado na prótase condicional introduzida por “se”.
Palavras-chave
construção concessiva; construção condicional concessiva; ponto de vista
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2022.62828
Apontamentos
e-ISSN: 2446-6905 | ISSN: 1414-7165 | DOI: 10.12957/matraga
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