Tabus linguísticos no léxico religioso: um estudo geolinguístico com base no Atlas Linguístico do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2021.53251

Palavras-chave:

Léxico. Tabus Linguísticos. Atlas Linguístico do Brasil.

Resumo

O estudo busca descrever e analisar as denominações utilizadas pelos falantes das capitais do Brasil para nomear o item lexical “diabo”. Para isso, utilizaram-se inquéritos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), realizados com 200 informantes, distribuídos equitativamente por ambos os sexos, em duas faixas etárias e dois níveis de escolaridade, selecionados de acordo com os critérios da Dialetologia Contemporânea. Pautando-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Geolinguística Pluridimensional, analisou-se a pri­meira questão do Questionário Semântico-Lexical referente à área semântica da religião e das crenças, com o intuito de documentar a riqueza sinonímica para a variante “diabo”. Os dados foram coletados através da pergunta: “Deus está no céu e no inferno está ...?”. Foram registrados 506 dados lexicais, concretizados através de 39 variantes: anjo do mal, anjo mau, anticristo, besta, besta-fera, belzebu, bicho feio, bicho ruim, cão, capeta, capiroto, chifrudo, coisa, coisa ruim, cramulhano, criatura, cruz-credo, demo, demônio, desgra­ça, diabo, didi, encardido, enxofre, estrela vermelha, inimigo, lúcifer, maligno, mefítico, príncipe dos céus, rabudo, sapirico, satã, satangoso, satanás, sujo, tibinga, tinhoso, troço. A análise semântico-lexical revelou uma correspondência entre os recursos linguísticos substitutivos do referente diabo e os tabus linguísticos, registrados através de processos metafóricos, eufemísticos e disfemísticos.

Biografia do Autor

Geisa Borges Costa, Universidade Federal da Bahia

Doutora em Língua e Cultura e Mestra em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Psicopedagogia Institucional pela Universidade Cândido Mendes. Possui graduação em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia. Tem experiência na área de Língua Portuguesa, Linguística e Educação, desenvolvendo estudos sobre diversidade linguística e ensino de língua portuguesa. Atuou na Universidade do Estado da Bahia, onde coordenou projetos de extensão e de pesquisa e no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, onde ministrou aulas em componentes curriculares da área de linguística, língua portuguesa e ensino de língua portuguesa nos cursos de Letras e Pedagogia e coordenou o subprojeto de Língua Portuguesa no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID. Atualmente, é professora adjunta III de Língua Portuguesa da Universidade Federal da Bahia, onde ministra a disciplina Língua Portuguesa, poder e diversidade cultural e coordena o projeto de pesquisa O léxico da religião e das crenças no Atlas Linguístico do Brasil. É pesquisadora do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) e do Grupo de Estudos do Português Popular da Bahia. É membro da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN) e interessa-se principalmente pelos temas ligados à dialetologia, sociolinguística e ensino de língua portuguesa.

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Publicado

2021-02-03

Como Citar

Costa, G. B. (2021). Tabus linguísticos no léxico religioso: um estudo geolinguístico com base no Atlas Linguístico do Brasil. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 28(52), 44–53. https://doi.org/10.12957/matraga.2021.53251

Edição

Seção

Estudos Linguísticos