Shakespeare: criador e criatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2020.48110

Palavras-chave:

Shakespeare, trajetória, prestígio, criador, criatura.

Resumo

No auge da popularidade e prestígio do teatro elisabetano-jaimesco, William Shakespeare (1564-1616) era um autor como muitos outros. Depois que ele se aposentou em 1611, outros dramaturgos continuaram produzindo peças que asseguravam a merecida fama de excelência desse teatro. Em 1623, a publicação do chamado First Folio, que reunia todas as peças shakespearianas, reacendeu o interesse pelo dramaturgo. Entretanto, o fechamento dos teatros pelo governo puritano em 1642 causou um enorme dano à arte teatral, que só se recuperou em 1660, com a volta de Charles II ao poder. Entretanto, as peças shakespearianas não eram as preferidas na Restauração. Paulatinamente, a partir de 1769, com as famosas comemorações do Jubileu do aniversário de Shakespeare em Stratford promovidas pelo ator David Garrick se inicia a ascensão de Shakespeare como poeta nacional e, com o passar do tempo, como poeta global. Ele é aclamado como um excepcional criador de personagens que marcaram indelevelmente as literaturas e as culturas anglo-saxônicas e mundiais. O próprio Shakespeare passa de criador a criatura na literatura popular, anunciante dos mais diversos produtos e vendedor de outros como os vários tipos de souvenirs. Este ensaio propõe traçar a mudança de status de Shakespeare como autor, do seu relativo esquecimento no período da Restauração para o seu atual prestígio nacional e global devido à sua excepcional capacidade criativa, e apontar para a outra fase da sua trajetória – a de criador de várias obras à criatura de vários criadores.

Biografia do Autor

Marlene Soares dos Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professora emérita da UFRJ e renomada especialista na obra de William Shakespeare no Brasil. Possui Bacharelado em Letras Anglo-Germânicas pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (1958) e Licenciatura Plena em Letras Anglo-Germânicas pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (1958). Seus cursos de Pós-Graduação incluem Mestrado em Língua Inglesa pela Universidade da Califórnia Los Angeles (1961), Diploma em Linguística Aplicada pela Universidade de Edimburgo (1964), Doutorado em Literatura Inglesa pela Universidade de Birmingham (1980) e Pós-Doutorado pela Universidade de Yale (1983). É organizadora, com Liana C. Leão, de Shakespeare, sua época, sua obra (2008), autora de Shakespeare - As Comédias (2017), além de inúmeros artigos e capítulos de livros sobre a shakespeariana.

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Publicado

2020-04-30

Como Citar

Santos, M. S. dos. (2020). Shakespeare: criador e criatura. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 27(49), 189–209. https://doi.org/10.12957/matraga.2020.48110

Edição

Seção

Estudos Literários