Paroles d’antan et devoir de mémoire dans 'Le Quatrième siècle', d’Édouard Glissant

Autores

  • Vanessa Massoni da Rocha Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2019.42883

Palavras-chave:

ittérature antillaise, devoir de mémoire, histoire orale, dépossession de l’histoire, identité culturelle

Resumo

Cet article souhaite analyser le « devoir de mémoire » dans le roman Le Quatrième siècle, publié en 1964 par l’écrivain martiniquais Édouard Glissant. Il s’agit de mettre en évidence le texte romanesque pour étudier la domination coloniale et la résistance en Martinique à partir de l’observation des drames et aventures de quatre générations des familles Longoué et Béluse, esclaves arrivés en Martinique en 1788 pendant l’entreprise coloniale française et la traite esclavagiste. Le roman-saga se penche sur l’histoire orale pour raconter l’histoire locale à partir du point de vue des esclaves et de leurs héritiers, en refusant le soliloque du colonisateur et le danger d’une histoire unique. Il est question de nuancer l’historiographie officielle, de témoigner des chemins entre la dépossession et l’appropriation de l’histoire et de célébrer la réhabilitation de la voix ancestrale africaine par le biais d’un griot et d’un quimboiseur pour faire émerger la parole d’antan et l’âme noire des Caraïbes.

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VOZES DO PASSADO E DEVER DE MEMÓRIA EM O QUARTO SÉCULO, DE ÉDOUARD GLISSANT

Este artigo tem como objetivo analisar o “dever da memória” no romance O quarto século, publicado em 1964 pelo escritor martinicano Édouard Glissant. Busca-se estudar a dominação colonial e a resistência na Martinica a partir da observação de dramas e aventuras de quatro gerações das famílias Longoué e Béluse, escravos que atracaram na Martinica em 1788 durante a empreitada colonial francesa e o tráfico negreiro. O romance/saga examina a história oral para contar a história local do ponto de vista dos escravos e seus herdeiros, recusando o solilóquio do colonizador e os perigos da história única. Trata-se de fragilizar a historiografia oficial, de testemunhar os caminhos entre a depossessão e a apropriação da história e de celebrar a reabilitação das vozes ancestrais através de um griot e de um quimboiseur capazes de fazer surgir a palavra do passado e a alma negra do Caribe.

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Original em francês.

Biografia do Autor

Vanessa Massoni da Rocha, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Professora de Língua Francesa e de Literaturas Francófonas nos programas de Graduação em Letras e de Pós-Graduação Lato sensu na Universidade Federal Fluminense. Coordena o curso Lato Sensu de Língua francesa e literaturas francófonas da UFF (2018-2022). Realizou estágio de pós-doutoramento em Literatura Comparada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro com período de cooperação na Université des Antilles, Fort-de-France, Martinica. Doutora em Estudos de Literatura na UFF com tese sobre a escrita epistolar. Autora do livro Por um protocolo de leitura do epistolar (EdUFF, 2017). Na UFF cursou ainda mestrado em Literaturas francófonas com dissertação sobre a escritora canadense Nancy Huston (2009) e graduação em Letras (português-francês). Vice líder do grupo de pesquisa Identidades em trânsito: estéticas transnacionais, cadastrado no CNPq. Idealizadora e coordenadora do Encontro Literatura, História e Pós-colonialidade, em sua segunda edição. Coordena o Clube de leitura em francês na UFF, clube que privilegia obras da África negra. Suas pesquisas acadêmicas se inscrevem no âmbito da francofonia, mais precisamente no estudo de obras de expressão francesa do Caribe, do Quebec e da África negra. Vinculou-se ao Núcleo de Estudos Canadenses da UFF de 2003 até setembro de 2018. Atualmente desenvolve pesquisas sobre a memória (pós)colonial nas Antilhas francesas a partir, sobretudo, de narrativas de Simone Schwarz-Bart. Dentre os eixos temáticos contemplados em suas publicações, comunicações e participações em eventos destacam-se a escrita no exílio, a poética das migrações, a reinvenção identitária, a memória (pós) colonial e a escrita epistolar. Integra o Centre de la Francophonie des Amériques, o Conseil International d'Études francophones, a Associação Brasileira de Literatura Comparada, a Associação Brasileira de Estudos Canadenses e a Associação dos Professores de Francês do Estado do Rio de Janeiro. Foi laureada em concursos organizados pela Embaixada do Canadá, pela Embaixada da França, pela APFERJ, pela UNESCO e pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Fez cursos de aperfeiçoamento na Université Laval, no Québec e no CAVILAM de Vichy, com bolsas concedidas pelas Embaixadas dos governos canadense e francês, respectivamente. Ministrou palestras na UNEB, na UFBA, na UFRGS e na UFSC a convite da Embaixada do Canadá.

Publicado

2020-01-28

Como Citar

Rocha, V. M. da. (2020). Paroles d’antan et devoir de mémoire dans ’Le Quatrième siècle’, d’Édouard Glissant. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 26(48), 594–615. https://doi.org/10.12957/matraga.2019.42883