Ora está, ora não está: <i>input</i> variável e aquisição da flexão verbal de 3ª pessoa do plural no PB

Autores

  • Daniele Molina Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Mercedes Marcilese Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Cristina Name Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2017.28498

Palavras-chave:

aquisição verbal, variação linguística, flexão verbal variável, percepção, compreensão.

Resumo

Este artigo investiga a percepção do morfema flexional de 3ª pessoa do plural em verbos e a compreensão da informação de pluralidade veiculada por tal morfema por crianças adquirindo o PB, tendo em vista que a realização da flexão de número mostra-se variável nessa língua, tanto no âmbito nominal quanto verbal. Estudos prévios em diferentes línguas sugerem que, embora essa flexão seja produzida por volta dos três anos de idade, até os seis anos, crianças apresentam dificuldades na sua interpretação em tarefas de compreensão (JOHNSON; DE VILLIERS; SEYMOR, 2005; PÉREZ-LEROUX, 2005; LEGENDRE et al., 2010; BLÁHOVÁ; SMOLIK, 2014). Na presente pesquisa, foi conduzido um estudo experimental, por meio de uma tarefa de seleção de imagens, buscando verificar se, (i) apesar do caráter variável da marcação de número no PB, crianças aos seis e aos cinco anos de idade identificam a forma verbal de 3ª pessoa do plural em sentenças com sujeito nulo (Comeram doce); (ii) associam essa forma a uma ação praticada por mais de uma entidade e (iii) se a forma verbal no singular é associada ao conceito de singularidade (Comeu doce). Enunciados contendo a informação redundante de número no sujeito e no verbo também foram testados (As crianças comeram doce vs. A criança comeu doce). Os resultados apontam para uma sistematicidade na escolha pela imagem congruente com os estímulos linguísticos no plural, apesar da preferência pela imagem plural também nas sentenças no singular. A variabilidade identificada no input parece não interferir na percepção e na compreensão do morfema verbal de plural na faixa etária avaliada.

 

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DOI: http://dx.doi.org/10.12957/matraga.2017.28498

Biografia do Autor

Daniele Molina, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Doutoranda em Linguística pelo Programa de Pós-graduação em Linguística da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestra em Linguística (2014) e graduada em Letras - licenciaturas em Língua Portuguesa (2011), Língua Espanhola (2011), Língua Inglesa (2012) e respectivas Literaturas - pela mesma instituição. Experiência na área de Linguística, com ênfase em Psicolinguística e Aquisição da linguagem, atuando principalmente nos seguintes temas: aquisição lexical, processamento morfológico e aquisição da linguagem em diálogo com aspectos da variação linguística. Membro do NEALP (Núcleo de Estudos em Aquisição da Linguagem e Psicolinguística) da UFJF.

Mercedes Marcilese, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Professora Adjunta do Departamento de Letras (DLET) da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2011), na área de concentração em Estudos da Linguagem. Possui Mestrado em Letras (2007) também pela PUC-Rio, graduação em Licenciatura em Letras (2005) e Bacharelado em Letras (2004) pela Universidad Nacional del Litoral, Santa Fe - Argentina. Desenvolveu estágio pós-doutoral no Laboratório de Psicolinguística e Aquisição da Linguagem da PUC-Rio (LAPAL). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Psicolinguística e Aquisição da Linguagem. Atualmente, atua como pesquisadora no Núcleo de Estudos em Aquisição da Linguagem e Psicolinguística (NEALP) da UFJF, investigando: (i) tópicos linguísticos na interface entre língua e outros domínios cognitivos e (ii) a dimensão cognitiva da variação linguística.

Cristina Name, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Possui graduação em Letras Português/Francês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996) e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2002). É professora associada da Universidade Federal de Juiz de Fora, atuando no Programa de Pós-Graduação em Linguística e no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Psicolinguística, atuando principalmente nos seguintes temas: aquisição da linguagem, aquisição lexical, categorias lexicais e funcionais, processamento prosódico. Coordena o NEALP - Núcleo de Estudos em Aquisição da Linguagem e Psicolinguística. Desenvolveu estágio pós-doutoral no Laboratoire de Recherche sur le Langage, na Université du Québec à Montréal (UQAM, Montreal, Canadá), com Rushen Shi (Ago/2009-Jul/2010).

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Publicado

2017-08-31

Como Citar

Molina, D., Marcilese, M., & Name, C. (2017). Ora está, ora não está: <i>input</i> variável e aquisição da flexão verbal de 3ª pessoa do plural no PB. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 24(41), 288–309. https://doi.org/10.12957/matraga.2017.28498

Edição

Seção

Estudos Linguísticos