Construções clivadas no português do Brasil sob uma abordagem funcionalista

Autores

  • Maria Luiza Braga UFRJ/CNPq
  • Elisiene de Melo Barbosa UFRJ

Palavras-chave:

construções clivadas, concordância número-pessoal e correlação modo-temporal, [± ativado] e conhecimento compartilhado, contraste.

Resumo

Neste artigo, investigamos duas “famílias” das chamadas construções clivadas, aquela integrada pelas configurações similares às It-clefts do inglês, aqui rotulada de Clivada, com suas variantes (Construção É QUE, Construções QUE) e aquela constituída pelas chamadas Pseudoclivadas, equivalentes às Wh-clefts do inglês, com suas respectivas variantes (Pseudo Clivada Invertida, Pseudo Clivada Extraposta e Construção Foco Ser). Inicialmente, caracterizamos e exemplificamos as variantes, detalhando as questões relativas à concordância número-pessoal entre o constituinte clivado e o verbo copular e a correlação modo-temporal entre os predicados verbais que integram a sentença clivada. Os resultados para a análise segundo essas variáveis sugerem que as Construções QUE e as Construções FOCO SER constituem estruturas mais gramaticalizadas. A seguir, consideramos as questões relativas à distribuição de informação nessas construções. Mostramos que o referente do segmento clivado tende a constituir informação [+ ativada], tendência mais perceptível nas Construções QUE e nas Clivadas. As Pseudoclivadas destoam deste perfil e apresentam taxas quase iguais para referentes [+ativados] e [- ativados]. Mostramos que os referentes [-ativados] que ocorrem nas construções clivadas tendem a exprimir informação compartilhada pelos interlocutores. Por fim, defendemos que as variantes em análise divergem quanto à leitura de contraste que pode ser atribuída a elas.

Biografia do Autor

Maria Luiza Braga, UFRJ/CNPq

Professora titular do Departamento de Linguística e Filologia da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador I do CNPq. É mestre em língua portuguesa pela PUC-RJ e doutor em linguística pela Universidade da Pensilvânia, tendo trabalhado sob a orientação dos professores Dr. Anthony Julius Naro e Dra. Gillian Sankoff, respectivamente. Tem dois pós-doutorados, realizados na Universidade da California em Santa Bárbara e na Universidade de Amsterdam, com os professores colaboradores Dra. Sandra A. Thompson e Dr. Kees Hengeveld, respectivamente. Desenvolveu sua formação acadêmica sempre com bolsas da CAPES. Interessa-se pelas construções de foco, de tópico e pelos processos de gramaticalização e de combinação de orações, fenômenos abordados segundo o enfoque funcionalista em linguística em sua interface com as contribuições da metodologia da Teoria da Variação, arcabouço de que vale na realização de seus artigos e na orientação de pesquisas de IC, mestrandos e doutorandos.

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Como Citar

Braga, M. L., & Barbosa, E. de M. (2009). Construções clivadas no português do Brasil sob uma abordagem funcionalista. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 16(24). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/27802

Edição

Seção

Estudos Linguísticos