Intimismo de Belmiro Borba, ironia de Cyro dos Anjos

Autores

  • Carlinda Fragale Pate Nuñez UERJ/CNPq
  • Eduardo Guerreiro Brito Losso UFRRJ

Palavras-chave:

O Amanuense Belmiro, Ascese literária, Ironia, Mito modern, Lirismo, Cyro dos Anjos.

Resumo

O diário ficcional O Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, foi objeto de significativas homenagens da melhor crítica brasileira, mas não conquistou a merecida notoriedade. De sua publicação (1937) até hoje, a obra vem sendo estudada, o que demonstra tanto a propriedade de se manter atual que só as grandes obras possuem, quanto a abertura para novas questões que surgem, ao ritmo das mudanças de interesse, dentro e fora da academia. Este é também o mais contundente sinal de sua riqueza e complexidade. Neste artigo, propomos abordar o romance-diário por aspectos que não constam de sua fortuna crítica, seja porque os estudos não estão em circulação, seja pela habilidade autoral em camuflar seus recursos. Por uma perspectiva que absorve, mas não se circunscreve às reflexões foucaultianas sobre a escrita de si, discutimos quatro tópicas que determinam o caráter problemático do sujeito estético e do livro intimista que ele produz. São elas: a ascese literária, o processo de mitificação moderna, a ironia e o lirismo. Ainda que não obviamente conectadas, essas quatro tópicas integram uma lógica, que passa ao largo dos impasses sobre a identificação autor/narrador.

Biografia do Autor

Carlinda Fragale Pate Nuñez, UERJ/CNPq

Professora Adjunta do Instituto de Letras da UERJ. Mestre (1986) e Doutora (1991) em Ciência da Literatura pela UFRJ, com estágio de Pós-Doutorado na Albert-Ludwigs-Universität/Freiburg (1997). É atualmente coordenadora do Doutorado em Literatura Comparada da UERJ. Organizou vários livros, dos quais o mais recente, com Francisco Venceslau dos Santos, é O Intelectual, a literatura e o poder (Rio de Janeiro: Caetés, 2008). Publicou Electra ou uma constelação de sentidos (Goiânia: UCG, 2000). Os ensaios mais recentes versam sobre figurações do imaginário, em suas interseções com a filosofia da história e a geografia cultural.

Eduardo Guerreiro Brito Losso, UFRRJ

Professor Adjunto em Teoria da Literatura da UFRRJ. Mestre (2002) e Doutor (2007) em Ciência da Literatura pela UFRJ, com bolsa sanduíche na Universität Leipzig (2004-2007, Alemanha). Organizou com Cornelia Sieber e Claudia Gronemann o livro Diferencia minoritaria en Latinoamérica (Zürich: Georg Olms, 2008) e organizou o colóquio franco-alemão “Sehnsucht und der europäische Traum – Nostalgie et le rêve européen” na Maison Heinrich-Heine em Paris, em 2006. Publicou uma série de artigos sobre o sublime na poesia moderna, escola de Frankfurt, indústria cultural e a secularização da mística na literatura moderna.

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Publicado

2009-12-30

Como Citar

Nuñez, C. F. P., & Losso, E. G. B. (2009). Intimismo de Belmiro Borba, ironia de Cyro dos Anjos. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 16(25). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/27781

Edição

Seção

Estudos Literários