O ideal do “Eu branco” e as memórias germinadas no quilombo de São José da Serra: uma análise da memória nacional e a constituição psíquica da pessoa negra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2022.63109

Palavras-chave:

Memória Nacional, Ideal do Eu, Comunidades Quilombolas

Resumo

O presente artigo analisa as produções de uma memória nacional, suas implicações histórias e contribuições para a constituição psíquica de um Ideal do Eu branco na pessoa negra. Para compor esse estudo, foram analisadas as narrativas de Chimamanda Adichie, escritora nigeriana e Antônio Nascimento Fernandes, membro da comunidade do Quilombo São José da Serra (RJ). Através de uma perspectiva de um passado vivo que fecunda o presente, questionamos a afirmação de Walter Benjamin, sobre a vitória constante de um inimigo. Conclui-se que resistências negras sempre estiveram presentes no campo social e político, sendo suas memórias germinadas no presente e futuro, o que impossibilita o decreto determinista de um vencedor.

Biografia do Autor

Marcela de Souza Rocha, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Mestranda em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Graduada em Psicologia pela Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora.

Francisco Ramos de Farias, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Professor Associado da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Escola de Educação, Departamento de Fundamentos da Educação. Doutor e Mestre em Psicologia pela Fundação Getúlio Vargas; graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

2022-04-29

Como Citar

Rocha, M. de S., & Farias, F. R. de. (2022). O ideal do “Eu branco” e as memórias germinadas no quilombo de São José da Serra: uma análise da memória nacional e a constituição psíquica da pessoa negra. Revista Maracanan, (29), 115–129. https://doi.org/10.12957/revmar.2022.63109

Edição

Seção

Artigos