Rio de imagens: cultura midiática na Belle Époque

Autores

  • Carmem Lúcia Negreiros de Figueiredo Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2020.47718

Palavras-chave:

Crônicas, Rio de Janeiro, Cinema, Imprensa, Vitrine

Resumo

No Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX, tecnologias e novas funções econômicas e simbólicas das imagens e produtos assinalam o nascimento da cultura midiática com intenso fluxo de informação tipográfica e visual. As crônicas literárias registram novos modos de ver e narrar a cidade, a partir do diálogo com as imagens que alteram a estrutura da percepção dos sujeitos. Tomando por referência as crônicas de João do Rio, Olavo Bilac, Benjamin Costallat e Lima Barreto, o artigo analisa o impacto do cinema, da imprensa e da vitrine na produção de novas sociabilidades e sensibilidades no espaço urbano. Para a abordagem sobre o que se convencionou chamar Belle Époque consideramos como baliza temporal o período de 1890-1920 e serão utilizados, na reflexão, conceitos de Walter Benjamin, Friedrich Kittler, Georg Simmel, Jonathan Crary e Jean-Yves Mollier.

Biografia do Autor

Carmem Lúcia Negreiros de Figueiredo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Associada do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutora e Mestre em Teoria Literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; graduada em Português Inglês pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Realizou estágio de pós-doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. É líder do Grupo de Pesquisa do CNPq “Estudos de literatura e cultura da Belle Époque – LABELLE” e coordenadora do laboratório de mesmo nome na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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Publicado

2020-05-31

Como Citar

Figueiredo, C. L. N. de. (2020). Rio de imagens: cultura midiática na Belle Époque. Revista Maracanan, (24), 205–224. https://doi.org/10.12957/revmar.2020.47718