Demarcações de limites e circulações nas fronteiras da Amazônia ibérica (c.1780-c.1790)

Autores

  • Carlos Augusto Bastos Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2017.27128

Palavras-chave:

Fronteira, Amazônia, Demarcação de limites, Circulações

Resumo

A assinatura do Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, procurou solucionar as disputas entre Portugal e Espanha nas fronteiras ultramarinas, determinando a demarcação dos limites territoriais por comissões hispano-portuguesas. Na América do Sul, a Amazônia figurava como uma das áreas de conflitos fronteiriços entre as duas coroas ibéricas. As demarcações de limites realizadas na região, entre 1780-1790, procuraram definir as soberanias territoriais hispano-portuguesas. As atividades desempenhadas pelas comissões demarcadoras, por sua vez, viabilizaram diferentes formas de circulação no espaço da fronteira, o que alimentou conflitos entre autoridades locais. Este artigo aborda as circulações de pessoas, produtos e informações nas fronteiras do vale amazônico durante as demarcações de limites promovidas pelas partidas demarcadoras luso-espanholas.

Referências

BASTOS, Carlos Augusto. A demarcação de limites sob o espectro da guerra: a Província de Maynas e a Capitania do Rio Negro no final do século XVIII. Trashumante, n. 3, p. 28-47, 2014.

BEERMAN, Eric. Francisco Requena. La Expedición de Límites: Amazonía, 1779-1795. Madrid: Compañía Literaria, 1996.

BELMESSOUS, Salina (ed.). Empire by Treaty: Negotiating European Expansion, 1600-1900. New York: Oxford University Press, 2015.

BEZERRA NETO, José Maia. Escravidão Negra no Grão-Pará, Séculos XVII-XIX. Belém: Editora Paka-Tatu, 2001.

BRITO, Adilson Júnior Ishihara. Insubordinados Sertões: O Império português entre guerras e fronteiras no norte da América do Sul – Estado do Grão-Pará, 1750-1820. 2016. Tese (Doutorado em História) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

CARDOSO, Alírio. Maranhão na Monarquia Hispânica: intercâmbios, guerra e navegação nas fronteiras das Índias de Castela (1580-1655). 2012. Tese (Doutorado em História) - Universidad de Salamanca, Salamanca.

CARVALHO, Francismar Alex Lopes de. Lealdades Negociadas: Povos indígenas e a expansão dos Impérios ibéricos nas regiões centrais da América do Sul (segunda metade do século XVIII). 2012. Tese (Doutorado em História) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

CHESNEAUX, Jean. L’insertion de l’histoire dans l’espace: la géopolitique. In: Du passe faison table rase? Paris: François Maspero, 1976.

DARNTON, Robert. Uma precoce sociedade da informação: As notícias e a mídia em Paris no século XVIII. Varia Historia, v. 25, p. 9-51, 2001.

DOMINGUES, Ângela. “Rio Negro, Capitania de São José do.” In: SILVA, Maria Beatriz Nizza da (coord.). Dicionário da História da Colonização Portuguesa no Brasil. Lisboa, São Paulo: Editorial Verbo, 1994.

DOMINGUES, Ângela. Quando os Índios eram Vassalos: Colonização e relações de poder no Norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2000.

ESPINOZA, Waldemar. Amazonía del Perú: História de la Gobernación y Comandancia General de Maynas (Hoy Regiones de Loreto, San Martín, Ucayali y Provincia de Condorcanqui). Lima: Fondo Editorial del Congreso del Perú, 2007.

FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Viagem Filosófica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1972.

GARCIA, Elisa Frühauf. As Diversas Formas de Ser Índio: Políticas indígenas e políticas indigenistas no extremo sul da América portuguesa. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2009.

GIL, Tiago. Infiéis Transgressores: Elites e contrabandistas nas fronteiras do Rio Grande e do Rio Pardo (1760-1810). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2007.

GOMES, Flávio dos Santos. A Hidra e os Pântanos: Mocambos, quilombos e comunidades de fugitivos no Brasil (séc. XVII-XIX). São Paulo: Ed. UNESP; Polis, 2005.

GÓMEZ GONZÁLEZ, Juan Sebastián. La Frontera Selvática: Historia de Maynas, siglo XVIII. 2013. Tese (Doutorado em Estudos Latino-Americanos) - Universidad Nacional Autónoma de México, México (DF).

GÓMEZ GONZÁLEZ, Sebastián. Frontera Selvática: Españoles, portugueses y su disputa por el noroccidente amazónico, siglo XVIII. Bogotá: Instituto Colombiano de Antropología e Historia – ICANH, 2014.

HERZOG, Tamar. Frontiers of Possession: Spain and Portugal in Europe and the Americas. Cambridge/London: Harvard University Press, 2015.

JANCSÓ, István. Na Bahia, Contra o Império. História do ensaio de sedição de 1798. São Paulo; Salvador: HUCITEC; Ed. UFBA, 1996.

NOGUEIRA, Shirley Maria Silva. Razões para desertar: institucionalização do exército no estado do Grão-Pará no último quartel do século XVIII. 2000. Dissertação (Mestrado em Planejamento do Desenvolvimento) – Universidade Federal do Pará, Belém.

NOVAIS, Fernando A. Condições da privacidade na colônia. In: NOVAIS, Fernando A., SOUZA, Laura de Mello e (Orgs.). História da Vida Privada no Brasil. Vol. 1: Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

O’PHELAN GODOY, Scarlett. Un Siglo de Rebeliones Anticoloniales: Perú y Bolivia, 1700-1783. Lima: Pontificia Universidad Católica de Peru, 2012.

PORRAS BARRENECHA, Raúl. História de los Límites del Perú. Lima: Fundación M. J. Bustamante De la Fuente, 2011.

REIS, Arthur Cézar Ferreira. Limites e Demarcações na Amazônia Brasileira: A Fronteira com a Guiana Francesa. Belém: SECULT, 1993.

ROCHA, Rafael Ale. Os oficiais índios na Amazônia Pombalina: Sociedade, Hierarquia e Resistência (1751-1798). 2009. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ).

ROMANO, Ruggiero. Mecanismos y elementos del sistema económico colonial americano, siglos XVI-XVIII. México: Fondo de Cultura Económica, 2004.

ROSAS LAURO, Claudia. Del Trono a la Guillotina: El Impacto de la Revolución Francesa en el Perú (1789-1808). Lima: IFEA, Fondo Editorial de la PUCP, Embajada de Francia en el Perú, 2006.

SAFIER, Neil. “Subalternidade tropical? O trabalho do índio remador nos caminhos fluviais amazônicos”. In: PAIVA, Eduardo França, ANASTASIA, Carla Maria Junho. (Orgs.). O trabalho mestiço: maneiras de pensar e formas de viver, séculos XVI a XIX. São Paulo: Annablume: PPGH/UFMG, 2002.

SAMPAIO, Patrícia Maria Melo. Espelhos Partidos: etnia, legislação e desigualdade na Colônia – Sertões do Grão-Pará, c. 1755-1823. 2001. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense, Niterói.

SAMPAIO, Patrícia Maria. “Aleivosos e rebeldes”: lideranças indígenas na Capitania do Rio Negro, século XVIII. In: ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno, FARIAS JÚNIOR, Emmanuel de Almeida. (Orgs.). Mobilizações Étnicas e Transformações Sociais no Rio Negro. Manaus: UEA Edições, 2010.

TORRES, Simei Maria de Souza. Onde os Impérios se Encontram: Demarcando fronteiras coloniais nos confins da América (1777-1791). 2011. Tese (Doutorado em História Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

VIDAL, Josep Juan, MARTINEZ RUIZ, Enrique. Política Interior y Exterior de los Borbones. Madrid: Ediciones Istmo, 2001.

VIVIANA TEJERINA, Marcela. La lucha entre España y Portugal por la ocupación del espacio: una valoración alternativa del Tratado de San Ildefonso de 1777. Revista de História, n. 135, p. 31-40, dez. 1996.

WALKER, Charles F. The Tupac Amaru Rebellion. Cambridge, London: The Belknap Press of Harvard University Press, 2014.

WEBER, David J. Bárbaros. Los españoles y sus salvajes em la Era de la Ilustración. Barcelona: Crítica, 2007.

ZÁRATE BOTÍA, Carlos Gilberto. Movilidad y Permanencia Ticuna en la Frontera Amazónica Colonial del Siglo XVIII. Journal de la Societé des Américanistes, v. 1, p. 73-98, 1998.

Downloads

Publicado

2017-01-31

Como Citar

Bastos, C. A. (2017). Demarcações de limites e circulações nas fronteiras da Amazônia ibérica (c.1780-c.1790). Revista Maracanan, (16), 147–168. https://doi.org/10.12957/revmar.2017.27128