Modelagem do Conhecimento em Telessaúde

Resumo

A incorporação das tecnologias de informação à prática da atenção à saúde é uma tendência que tem evoluído em magnitude e intensidade ao longo do século 21. Com isso, a telessaúde tem ganhado cada vez mais espaço nas práticas de saúde, no Brasil e no mundo. O cuidado à saúde pode apresentar ganhos consideráveis em qualidade, com a informatização de diversos procedimentos administrativos e de registro de informações que ainda são majoritariamente executados em documentos impressos. Assim, o momento da consulta pode ser muito melhor direcionado para o estabelecimento da relação entre o profissional de saúde e o paciente, o que traz ganhos potenciais na qualidade do diagnóstico e no estabelecimento do percurso terapêutico.A telessaúde provê a infraestrutura e os processos de comunicação necessários para o estabelecimento destes avanços na prática dos serviços de saúde. Entretanto, para que isso se torne um bem universal, capilarizado dentro do Sistema Único de Saúde, tanto no subsetor público quanto no privado, ainda há a necessidade da superação de relevantes desafios tecnológicos e culturais.O principal destes desafios é a estruturação de um ecossistema de informações em saúde desenvolvido em uma infraestrutura tecnológica que resolva de forma permanente e ubíqua o problema técnico da interoperabilidade semântica, ou seja, a capacidade de qualquer aplicativo em saúde (seja um prontuário eletrônico, um Sistema de Informação em Saúde oficial, um software embarcado em um equipamento médico ou um aplicativo médico para smartphone) de compartilhar informações com significado válido. Embora a interoperabilidade semântica seja um problema geral da área de ciência da computação, ela afeta os sistemas de informação em saúde de forma mais aguda do que os sistemas de informação utilizados em outros setores da sociedade, e a não solução desse problema tem obstado a universalização de serviços de telessaúde.