A música gospel e os usos da “arma da cultura”. Reflexões sobre as implicações de uma emenda.

Autores

  • Raquel Sant'Ana Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/intratextos.2013.7097

Palavras-chave:

Política Cultural, Música gospel, Evangélicos, Política, Estado

Resumo

Este trabalho trata do caso do reconhecimento da música gospel como manifestação cultural a partir de emenda à Lei n° 8.313/91 (a “Lei Rouanet”) de Incentivo à Cultura. Embora a lei Rouanet já reconhecesse a “música” como campo geral apto a receber incentivos, e alguns projetos gospel já houvessem sido contemplados, a emenda provocou críticas e mesmo um parecer contrário por parte do Ministério da Cultura. A análise deste caloroso debate permite problematizar os diferentes sentidos com que têm sido acionados termos-chave, como ‘Cultura’, ‘Estado’ e ‘Religião’.

Essa reflexão se combina ao trabalho de autores como Talal Asad e Susan Wright, que têm demonstrado que tais categorias precisam ser compreendidas como historicamente construídas e em seu acionamento enquanto categoria ‘nativa’, capaz de legitimar e deslegitimar certas configurações de poder.

Assim, a reflexão sobre os usos da “arma da cultura” pelos evangélicos no Brasil

(problema para o qual Clara Mafra chamava a atenção em 2011) nos revela confluências

desafiadoras entre a religião e o estabelecimento de políticas públicas.

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Publicado

2014-07-15

Como Citar

Sant’Ana, R. (2014). A música gospel e os usos da “arma da cultura”. Reflexões sobre as implicações de uma emenda. Revista Intratextos, 5(1), 23–41. https://doi.org/10.12957/intratextos.2013.7097

Edição

Seção

Artigo