A construção social das vítimas da ditadura militar e a sua ressignificação política
Resumo
Este artigo analisa a construção social e ressignificação política da categoria “vítimas da ditadura militar” no Brasil, entre os anos 1960 e 2000. A partir de pesquisas com ex-presos e torturados políticos da época, buscamos compreender a construção de subjetividades e os argumentos morais através dos quais essas “vitimas” apresentam suas reivindicações de existirem socialmente e de serem sujeitos de direitos. Interpretamos que “as vítimas da ditadura militar” é uma categoria social que inicialmente se faz latente durante o período de prisões e torturas desses sujeitos. Após essa experiência, com o passar do tempo e o “trabalho da memória”, ela passa por uma significação subjetiva informada pelos saberes psis, como “sujeitos traumatizados”; e, em fins dos anos 1990, é ressignificada e apropriada como uma categoria política de busca por esclarecimentos e reparação dos crimes cometidos pelo Estado, delineando novas relações de poder no espaço público brasileiro.
Palavras-chave: Ditadura Militar. Vítima. Subjetividade.
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