Ventres livres? Pensando sobre cesariana, violência obstétrica e histerectomia no horizonte da justiça reprodutiva

Autores

  • Giovana Acácia Tempesta Universidade de Brasília
  • Clarissa Lemos Cavalcanti Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero
  • Ruhana Luciano de França Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.12957/irei.2022.73136

Palavras-chave:

justiça reprodutiva, violência obstétrica, cesariana, histerectomia, educação perinatal crítica.

Resumo

O diálogo entre ciências sociais e ciências da saúde vem produzindo reflexões interessantes a respeito das experiências reprodutivas em diferentes contextos sociais. Várias pesquisadoras demonstraram que essas experiências são influenciadas por matrizes de opressão historicamente constituídas e têm conexão direta com as taxas nacionais de morbidade e mortalidade materna e infantil, as quais evidenciam a perpetuação de hierarquias reprodutivas racializadas, resultantes do processo colonial.  Neste artigo, propomo-nos a realizar uma revisão bibliográfica sobre aportes das ciências sociais e dos estudos interseccionais e decoloniais que podem contribuir para aprofundar o debate crítico sobre a apropriação biomédica do ciclo reprodutivo das mulheres, focalizando as duas cirurgias ginecológicas mais realizadas no Brasil, a saber, a cesariana e a histerectomia (remoção do útero), bem como a problemática da violência obstétrica. A presente reflexão se desenrola no horizonte político-epistemológico da justiça reprodutiva, fundamenta-se no conceito de racismo estrutural e aposta na educação perinatal crítica como via estratégica para a superação das iniquidades no campo da reprodução.

Biografia do Autor

Giovana Acácia Tempesta, Universidade de Brasília

Giovana Acácia Tempesta é Doutora em Antropologia Social pela UnB; realizou uma pesquisa sobre doulagem e educação perinatal entre os anos de 2017 e 2021, período em que atuou como pesquisadora-colaboradora vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UnB. É mãe, defensora do parto respeitoso e fez curso de formação de doula. 

Clarissa Lemos Cavalcanti, Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero

Clarissa Lemos Cavalcanti é Bacharel em Antropologia pela UnB e Especialista em Políticas Públicas e Justiça de Gênero pela CLACSO. É pesquisadora na Clínica Jurídica Cravinas – Práticas em Direitos Humanos e Direitos Sexuais e Reprodutivos e analista em incidência e pesquisa na ONG Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero.

Ruhana Luciano de França, Universidade de Brasília

Ruhana Luciano de França é mestranda em Ciência Política pela UnB e bolsista CNPq. Faz pesquisa na área de violência obstétrica e humanização do parto, e possui formação como doula e educadora perinatal.

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Publicado

2023-02-10

Como Citar

Acácia Tempesta, G., Lemos Cavalcanti, C., & Luciano de França, R. (2023). Ventres livres? Pensando sobre cesariana, violência obstétrica e histerectomia no horizonte da justiça reprodutiva. Interseções: Revista De Estudos Interdisciplinares, 24(3). https://doi.org/10.12957/irei.2022.73136