As duas margens do rio: contrastes urbanos e regulação da violência na escola

Autores

  • João Sebastião Instituto Universitário de Lisboa
  • Joana Campos Instituto Universitário de Lisboa
  • Sara Merlini Instituto Universitário de Lisboa

Resumo

O objeto deste artigo é analisar as respostas da escola ao fenômeno da violência em meio escolar e qual a influência das características dos contextos urbanos nesse processo. A identificação de escolas situadas em contextos urbanos fortemente degradados e com elevada conflitualidade e desigualdade social, mas que apresentavam níveis reduzidos de violência no seu interior e, inversamente, escolas com uma frequência elevada de ocorrências que se situavam em contextos urbanos mais estruturados e maioritariamente de classe média, levou-nos a questionar as concepções largamente aceitas e difundidas sobre o aparente contágio de conflitualidade em escolas situadas em meios sociais desfavorecidos. As evidências encontradas na análise dessa relação entre as escolas e o contexto social local permitiram-nos refutar o determinismo das características do meio social sobre as escolas, bem como a consequente incapacidade dessas na regulação e prevenção da violência. O centramento da pesquisa na dimensão organizacional, em concreto nas estratégias definidas e desenvolvidas pelas escolas no combate ao problema da violência, permitiu-nos compreender e demonstrar que as orientações, as práticas e os processos organizacionais têm um papel decisivo na pacificação dos quotidianos escolares.

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Publicado

2012-06-01

Como Citar

Sebastião, J., Campos, J., & Merlini, S. (2012). As duas margens do rio: contrastes urbanos e regulação da violência na escola. Interseções: Revista De Estudos Interdisciplinares, 14(1). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/intersecoes/article/view/5772