Saúde e doença em aldeias Guarani: lidando com emoções

Elizabeth Pissolato

Resumo


Este artigo toma por base a etnografia contemporânea sobre grupos Guarani e propõe uma abordagem das relações de parentesco e das emoções nos termos de constantes e complexas negociações intersubjetivas voltadas à produção de saúde e do estado referido como “estar alegre” (-vy’ a). A ética do cuidado entre parentes define-se aqui pela produção de bembem-estar e disponibilização de habilidades de cura e evitação de processos agressivos (doença). Por outro lado, a lida com as emoções conecta-se diretamente com práticas de mudança residencial adotadas pelas pessoas quando não se sentem mais “alegres” ou suspeitam de agressões originadas no contexto em que vivem. Um jogo complexo que articula a percepção sobre as próprias aflições e impressões ou suspeitas quanto aos sentimentos e disposições de  outras pessoas entra em cena, permitindo-nos uma abordagem das emoções como “estados intersubjetivos”, mas
também com implicações éticas e inscritas no social.


Palavras-chave


Guarani. Parentesco. Emoções. Saúde-doença.

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DOI: https://doi.org/10.12957/irei.2019.47255

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