Política e ridicularização: uma sociologia pragmática da “graça” da crítica em cartazes das “Jornadas de Junho”

Autores

  • Alexandre Werneck Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/irei.2019.47254

Palavras-chave:

Crítica. Ridicularização. Protestos. Jornadas de Junho. Pragmatismo.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar o papel desempenhado pela matriz formal de uma crítica jocosa para sua efetivação em situações de crítica públicas, com ênfase no processo de ridicularização do objeto da crítica e da mobilização da “graça” como competência de efetivação. Para tanto, são observados cartazes levados aos protestos ocorridos ao longo de 2013-2014, no Brasil, que recorreram à jocosidade. A análise, com base em uma abordagem pragmática da crítica, e que consistiu na observação, padronização e tipificação de forma e conteúdo de cerca de 350 cartazes considerados jocosos, permitiu acessar o discurso crítico em momentos nos quais ele se afasta do imperativo de racionalidade do processo de justificação, em uma mecânica na qual o criticado tem sua grandeza atacada por meio de sua redução ao ridículo. São, assim, tipificados cinco regimes de ridicularização usados nas manifestações e cujas competências são formas da graça, quando mobilizadas para ridicularizar: 1) analogias valorativas; 2) niilismo; 3) manifestismo; 4) pautismo; e 5) ataque ao poder. A partir deles, foi possível ainda observar uma competência de observação crítica jocosa do mundo fundada na graça.

Biografia do Autor

Alexandre Werneck, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor do Departamento de Sociologia da UFRJ.

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Publicado

2019-12-18

Como Citar

Werneck, A. (2019). Política e ridicularização: uma sociologia pragmática da “graça” da crítica em cartazes das “Jornadas de Junho”. Interseções: Revista De Estudos Interdisciplinares, 21(3). https://doi.org/10.12957/irei.2019.47254