Lusotropicalidade no “mundo português”: olhares cruzados acerca de Gilberto Freyre na História Colonial Lusitana

Autores

  • Gustavo de Andrade Durão Universidade Estadual do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.65959

Palavras-chave:

lusotropicalismo, lusitanidade, intelectuais

Resumo

O artigo discute a trajetória de Gilberto Freyre destacando sua produção do lusotropicalismo relacionada à lusitanidade, considerando parte de suas posturas relativas ao colonialismo português. Nesse sentido é possível questionar as fontes acerca da participação de Freyre e da análise de seu discurso em relação às definições imperialistas lusitanas, sobretudo, no que diz respeito às aproximações com os países africanos. Levando em conta a sua obra O Mundo que oPortuguês criou (1940) podemos chegar a intepretações relevantes sobre o viés do hibridismo incutido na ideia de luso-tropical como elemento base para intermediar o contato colonial entre Portugal e seus “súditos coloniais”.

Biografia do Autor

Gustavo de Andrade Durão, Universidade Estadual do Piauí

Graduado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2006) e Mestre em História pela Universidade Estadual de Campinas (2011). É doutor pelo programa de História Comparada (UFRJ), com bolsa CAPES PDSE - Programa Doutorado Sanduíche no Exterior no Institut détudes politiques - Science Po (Paris). Trabalha com História da África (colonização, descolonização, intelectuais, cultura afro-brasileira e a construção dos Estados nacionais africanos e ditaduras contemporâneas). Pós-doutorado pelo Programa de História Social da Cultura da PUC-Rio (2017) em que desenvolvi a pesquisa sobre intelectuais africanos e pan-africanismo e obtive bolsa de pós-doutorado (CAPES) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ (2017-2018) trabalhando a relação dos processos de emancipação no continente africano e a crítica ao Estado Novo português. Durante o pós-doutorado atuei como professor na pós-graduação e na graduação. Atualmente sou professor Efetivo da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) no campus São Raimundo Nonato.

Referências

ALMEIDA, Maria Luisa Nabinger (2014). A Ditadura Salazarista: uma introdução. São Paulo: Editora Mackenzie.

ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de (2005). Guerra e Paz. Casa Grande e Senzala. São Paulo: Edições 34.

BASTOS, Elide Rugai (1987). Gilberto Freyre: a sociologia como sistema. Ciência & Trópico, Recife n.15, v.2, pp.157-164.

BURKE, Peter (2015). Gilberto Freyre e a Teoria Pós-colonial – um Diálogo de Surdos. In: CASTELO, Cláudia; CARDÃO, Marcos (orgs.) Gilberto Freyre – Novas Leituras do Outro Lado do Atlântico. São Paulo: EdUSP.

CASTELO, Claudia (2011). O modo português de estar no mundo. O luso- tropicalismo e a ideologia colonial portuguesa (1933-1961). Porto: Edições Afrontamento.

FONSECA, Edson Nery (2011). O Grande Sedutor – Escritos sobre Gilberto Freyre de 1945 até hoje. Rio de Janeiro: Editora Cassará.

FONSECA, Edson Nery (2003). Gilberto Freyre de A a Z – referências essenciais a sua vida e obra. Rio de Janeiro: Topbooks.

FREYRE, Gilberto (1980). Arte, Ciência e Trópico. São Paulo: Difel.

FREYRE, Gilberto (2004). Casa-Grande & Senzala. 48ºed. São Paulo: Global Editora.

FREYRE, Gilberto [1940] 2010. O Mundo que o Português Criou. São Paulo: É Realizações.

GUIMARÃES, José Marques (2016). Herança e Memória do Colonialismo. População e Sociedade: CEPESE, Porto, Vol. 25, pp. 144-159. Disponível: https://www.cepese.pt/portal/pt/populacao-e-sociedade/edicoes/populacao-e- sociedade-n-o-25/heranca-e-memoria-do-colonialismo. Acesso em: 26 set. 2021.

MACAGNO, Lozenzo (2018). As ironias pós-coloniais da lusofonia: a propósito de um “erro de tradução” na edição portuguesa de Casa Grande & Senzala. In: CAHEN, Michel; BRAGA, Ruy (orgs.). Para a além do pós(-)colonial. São Paulo: Editora Alamedam.

MARTINHO, Francisco Carlos Palomanes (2010). A ordenação do trabalho e a nostalgia do Império: o Estado Novo português e as razões do consentimento (1933-1974). In: ROLLEMBERG, Denise; QUADRAT, Samantha Viz (orgs.) A construção social dos Regimes Autoritários. Legitimidade e Consentimento no século XX. Rio de Janeiro: Ed. Civilização brasileira.

MAXWELL, Kenneth (2006). Cap. 5 - Dilemas africanos In: O império derrotado.

Revolução e Democracia em Portugal. São Paulo: Companhia das Letras.

MEDINA, João (2000). Gilberto Freyre contestado: o lusotropicalismo criticado nas colônias como álibi colonial ao salazarismo. Revista USP, São Paulo, n.45, p.48- 61, março-maio, pp. 48-61. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/30108 Acesso em 04 de fev. 2022.

MELO, Alfredo César (2014). Hibridismos (In)domáveis: possíveis contribuições da obra de Gilberto Freyre uma teoria pós-colonial lusófona. Luso-Brazilian Review, vol. 51, No. 1, pp. 68-92.

NETO, Sérgio (2009). Colónia Mártir, Colónia Modelo: Cabo Verde no Pensamento Ultramarino Português (1925-1965). Coimba: Imprensa da Universidade de Coimbra.

PALLARES-BURKE, Maria Lúcia; BURKE, Peter (2009). Repensando os trópicos – um retrato intelectual de Gilberto Freyre. São Paulo: Editora Unesp.

PINTO, João Alberto da Costa (2009). Gilberto Freyre e o Lusotropicalismo como Ideologia do colonialismo português (1951-1974). Revista UFG, ano XI, n.6, junho, pp.145-160. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/48238 Acesso em 02 de fev. 2022.

ROSAS, Fernando (2019). Salazar e os Fascismos. Ensaio breve de História Comparada. Lisboa: Tinta da China.

THOMAZ, Omar Ribeiro (2002). O bom povo português: antropologia da nação e Antropologia do império. In: L‟ESTOILE, Benoît de; NEIBURG, Federico; SIGAUD, Lygia (Orgs). Antropologias, Impérios e Estados Nacionais. Rio de Janiero: Relume Dumará: FAPERJ.

THOMAZ, Omar Ribeiro (2015). Introdução. In: FREYRE, Gilberto. Interpretação do Brasil. São Paulo: Global Editora.

VILLON, Vitor (2010). O Mundo Português que Gilberto Freyre Criou: seguido de diálogos com Edson Nery da Fonseca. Rio de Janeiro: Usina de Letras.

Downloads

Publicado

2022-07-30

Como Citar

Durão, G. de A. (2022). Lusotropicalidade no “mundo português”: olhares cruzados acerca de Gilberto Freyre na História Colonial Lusitana. Intellèctus, 21(1), 16–36. https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.65959