O Ideal de Progresso como aspecto da ideologia da precisão

Autores

  • César Henrique Guazzelli e Sousa UFG; SME-Goiânia

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.65671

Palavras-chave:

progresso, ideologia da precisão, modernidade

Resumo

Por cerca de duzentos anos, entre os séculos XVIII e XX, o ideal de progresso se estabeleceu como a noção fundamental em torno da qual se organizou a experiência humana do tempo e o regime moderno de historicidade. Argumentamos que a noção ocidental moderna de progresso, porém, somente pode ser adequadamente compreendida quando a inserimos em uma contextura mais geral, marcada pela crença axiomática e inconteste na previsibilidade e regularidade dos fenômenos naturais e sociais esquadrinhados pela razão humana, que por sua vez perfaz o que Abraham Moles denominou como a ideologia da precisão. A partir desse recorte, buscaremos demonstrar a forma como a noção de progresso se estabeleceu historicamente como um fenômeno alinhado a essa perspectiva, tomando como referência os trabalhos de Abraham Moles e, complementarmente, François Hartog.


Biografia do Autor

César Henrique Guazzelli e Sousa, UFG; SME-Goiânia

Professor/pesquisador nas áreas de História da América, História dos Conceitos, Relação Cinema-História e Educação de Jovens e Adultos. Vinculado ao Núcleo de Estudos sobre os Usos da História (NUH) da UFG e à Associação Nacional dos Professores e Pesquisadores em História da América (ANPHLAC). Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestre em História (PUC-GO) e licenciado em História pela mesma instituição. Jornalista (UFG) e especialista em Direito Público (LFG). Articulista do portal No Inconsciente e parecerista dos periódicos Temporis [Ação], Manduarisawa e Itacaiúnas. Gerente de projetos do coletivo Projeto Acervo. Atualmente está na Gerência de Educação de Adolescentes, Jovens e Adultos da SME-Goiânia como apoio técnico-professor.

Referências

BENOIST, Alain de (2008). A brief history of the idea of Progress. Tradução para o inglês de Greg Johnson. The Occidental Quarterly. Vol. 8; n. 1; . pp. 7-16.

BORGES, Jorge Luís (1982). Sobre o Rigor da Ciência: in História Universal da Infâmia, trad. de José Bento. Assírio e Alvim.

BURY, John Bagnell (2011). The Idea of Progress: an inquiry into its origin and grouth. Estados Unidos: CreateSpace publishing.

CAMUS, Albert (2008). O Mito de Sísifo. Tradução de Ari Roitman e Paulina Watch. 5ª edição. Rio de Janeiro: Record.

CONDORCET, Marie-Jean-Antoine-Nicolas Caritat. Outlines of an historical view of the progress of the human mind. Philadelphia: Lang & Ulrich, 1795. Disponível em: http://oll.libertyfund.org/titles/1669. Acesso em: 20 de fevereiro de 2022.

DOMINGUES, Ivan (1996). O fio e a trama: reflexões sobre o tempo e a história. São Paulo: Iluminuras; Belo Horizonte: Editora UFMG.

HARTOG, François (1996). Regime de Historicidade.Time, History and the writing of History - KVHAA Konferenser 37: 95-113 Stockholm. Disponível em: http://www.fflch.usp.br/dh/heros/excerpta/hartog/hartog.html. Acesso em: 24 de fevereiro de 2022.

HARTOG, François (2013). Regimes de Historicidade. Presentismo e Experiências de Tempo. Belo Horizonte: Autêntica.

HESSEN, Johaness (2000). Teoria do Conhecimento. Tradução de João Virgílio G. Cuter. São Paulo: Martins Fontes.

JONES, Richard F (1961). Ancient and Moderns: A Study of the Rise of the Scientific Movement in Seventeenth Century England. 2nd ed. Magnolia, Massachusetts: Peter Smith.

KANT, Immanuel (1784). Ideia de uma História Universal com um propósito cosmopolita. Tradução de Artur Morão. Covilhã: LuSofia Press.

MOLES, Abraham (1995). As Ciências do Impreciso. Tradução de Glória de Carvalho Lins. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

NISBET, Robert (1980). History of the Idea of Progress. Londres: Transaction Publishers.

NISBET, Robert (1979). Idea of Progress: a bibliographical essay. Literature of Libery. Vol. 2; n. 1, jan-março, pp.7-37.

PAZ, Octavio (1994). Os filhos do barro: do romantismo à vanguarda. Tradução de Olga Savary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

RICOEUR, Paul (1994). Tempo e Narrativa (tomo 1). Tradução de Constança Marcondes Cesar. Campinas: Papirus.

ROUANET, Sergio Paulo (1987). As razões do Iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras

SALZBURG, David (2009). Uma senhora toma chá: como a estatística revolucionou a ciência no séc. XX. Tradução de José Maurício Gradel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

SHANIN, Teodor (1997). The Idea of Progress. In: RAHNEMA, Majid; BAWTREE, Victoria. The post-development reader. Londres: Zed Books, pp. 66- 71.

TURGOT, Anne-Robert-Jacques (1996). Plan de deux Discour sur l'Histoire Universelle. Paris: ELIOHS. Disponível em: http://www.eliohs.unifi.it/testi/700/turgot/discours.html. Acesso em: 18 de fevereiro de 2022.

Downloads

Publicado

2022-07-30

Como Citar

e Sousa, C. H. G. (2022). O Ideal de Progresso como aspecto da ideologia da precisão. Intellèctus, 21(1), 1–15. https://doi.org/10.12957/intellectus.2022.65671