A República Lusitana das Letras: um retrato das redes de comunicação dos jornais emigrados no início do século XIX

Autores

  • Luis Francisco Munaro UFRR

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2018.28389

Palavras-chave:

República das Letras, Ilustração luso-brasileira, História do Jornalismo

Resumo

O objetivo deste artigo é investigar as formas de idealização e construção da República das Letras entre os portugueses quando da sua dispersão a partir de 1808 e da tentativa de manter circuitos regulares de correspondência. Em outras palavras, através da publicação de grande número de jornais. Estes impressos têm lugar, sobretudo, em Londres, que sediou, entre 1808 e 1822, pelo menos oito jornais lusófonos a partir da iniciativa pioneira de Hipólito da Costa; e Paris, que sediou pelo menos três entre 1815 e 1822, sobretudo em torno do intelecto de Solano Constâncio. A partir dessa rede de intercâmbio de ideias que começava a se expandir e adquirir um caráter cosmopolita, é possível indagar também sobre alguns dos diálogos mais amplos estabelecidos com publicações em língua inglesa e espanhola, de forma a permitir um vislumbre da dimensão dessas redes de comunicação cujas portas eram abertas pelo jornalismo.

Biografia do Autor

Luis Francisco Munaro, UFRR

Professor do Curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Roraima. Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense. Mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduado em Jornalismo e em História pela Universidade Estadual do Centro Oeste.

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Publicado

2018-07-19

Como Citar

Munaro, L. F. (2018). A República Lusitana das Letras: um retrato das redes de comunicação dos jornais emigrados no início do século XIX. Intellèctus, 17(1), 144–168. https://doi.org/10.12957/intellectus.2018.28389