Portugal, Europa e o mundo - Condição humana e geopolítica na filmografia de Manoel de Oliveira
Palavras-chave:
Cinema português, Manoel de Oliveira, identidade nacional, identidade transnacionalResumo
O famoso poema Os Castelos, parte integrante das Mensagens de Fernando Pessoa, termina com uma imagem da relação entre a Europa e o Novo Mundo, atribuindo a Portugal um papel de liderança: “Fita, com olhar sphyngico e fatal,/O Ocidente, futuro do passado./O rosto com que fita é Portugal.” Manoel de Oliveira é para o cinema português o que Pessoa foi para a sua poesia: a voz mais importante do século vinte, ao mesmo tempo paradoxal e desafiador, universal e patriótico. Ao longo da sua carreira de 80 anos, o cineasta tem vindo a estudar e a formar o imaginário do seu país, dialogando, ao mesmo tempo, intensamente com a cultura, história e identidade européia: através da escolha de suas histórias, esteticamente e através da realização de co-produções. O realizador procurou absorver a cinematografia vanguardista européia desde os seus primeiros filmes mudos, acompanhou e deu forma às possibilidades e aos limites da mídia, comentando ainda sobre o passado e o presente da civilização européia, bem como sobre a sua missão civilizatória. Este artigo pretende avaliar a filmografia de Manoel de Oliveira sob o enfoque das negociações e tensões entre o nacional e o transnacional, abordadas no poema de Pessoa. Darei especial atenção às referências estabelecidas com o cânone literário ocidental, à citação de peças de teatro e obras de arte, à fascinação de Oliveira com a mitologia grega (particularmente na construção das suas personagens femininas), às idéias heterodoxas em relação ao Catolicismo e o compromisso paradoxal do realizador com o cristianismo, com as descobertas portuguesas e as utopias missionárias portuguesas, bem como à sua perspectiva crítica de posições políticas da Europa contemporânea.Downloads
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