Desrazão & ludicidade em Nelson Rodrigues, Campos de Carvalho e Guimarães Rosa

Autores

  • Norma Côrtes Professora do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2016.26664

Palavras-chave:

Cultura e sociedade, Brasil, anos 1960, dramaturgia, literatura, jogo e humor.

Resumo

Em A Falecida, Nelson Rodrigues construiu um universo imagético de delírio e brincadeiras que pavimentou a aceitação social de uma nova sensibilidade estética marcada por desrazão & ludicidade. A mesma sensibilidade apareceu nas últimas obras de Campos de Carvalho e em Guimarães Rosa. Com fortes acentos lúdico-humorísticos, tais obras são fragmentadas, esgarçam os limites da linguagem e, tal como na poesia, exploram apelos sonoros numa cadência (dis)rítmica/cacofônica apresentando o mundo (ficcional) em estado de pura desordem. Não obstante suas diferentes temáticas, tais semelhanças formais expressam os esforços poéticos de rompimento com padrões racionalistas da verossimilhança realista — o que envolve o estabelecimento de novo acordo societal acerca do estatuto da arte e revela os termos constituintes do “regime de prazeres” vigente na sociedade brasileira dos anos 1960.

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Como Citar

Côrtes, N. (2016). Desrazão & ludicidade em Nelson Rodrigues, Campos de Carvalho e Guimarães Rosa. Intellèctus, 15(2), 94–110. https://doi.org/10.12957/intellectus.2016.26664