MODULAÇÕES DO SOM E DO ESPAÇO NA RABECA ARMORIAL

Autores

  • Caio Padilha PPGAS/UFRJ
  • Alessandro Dozena UFRN

DOI:

https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2021.65169

Palavras-chave:

Rabeca, Brasil, armorial

Resumo

Desde a década de 1970 no Brasil, o Movimento Armorial, liderado por Ariano Suassuna, articulou em Pernambuco uma série de relações mobilizadoras da música e identidade nordestina, sertaneja e pastoril. Nesse contexto regionalista, interessa-nos pensar as sonoridades e territorialidades das rabecas que modularam no discurso performativo de certos violinistas. Além do envolvimento em criações musicais relevantes,  o Quinteto Armorial, a Orquestra Romançal Brasileira e a Orquestra Armorial de Câmara ajudaram a legitimar a adjetivação “armorial” como qualificadora pertinente às expressões e objetos artísticos, características estéticas, formulações intelectuais e enunciações ideológicas na cultura. Neste artigo, os sons modais e os modos territoriais da música armorial propõem uma recontextualização sonora da rabeca brasileira desde o último quarto do séc XX. Um "violino do povo" cuja escuta teria sancionado certa territorialidade material e simbólica do “mundo sonoro” de rabequeiros alocados no tempo da tradição. A rabeca armorial se candidatava então a instrumento representativo da cultura popular no Brasil com requintes de erudição musical de violinistas de concerto. Desse modo, a dimensão tempo-espaço do som na rabeca armorial se tornava central na construção de uma escuta dos violinos brasileiros e de suas credenciais de autenticidade e originalidade - entre compositores, músicos e audiências no Movimento Armorial. 

 

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Publicado

2021-12-20

Como Citar

Padilha, C., & Dozena, A. (2021). MODULAÇÕES DO SOM E DO ESPAÇO NA RABECA ARMORIAL. Espaço E Cultura, (50), 116–128. https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2021.65169

Edição

Seção

ARTIGOS