MÚSICA, ETNOGRAFIA E COLONIALIDADE: ALGUMAS REFLEXÕES
Resumo
O presente artigo visa trazer ao debate questões relacionadas à algumas perspectivas teórico-metodológicas que academicamente têm sido adotadas para tratar a interação entre prática musical, pesquisa etnográfica de campo e territorialidade, no contexto da Modernidade europeia (DUSSEL, 1983), fruto e base do projeto colonial. Em nome desse projeto, instaurou-se um novo regime civilizatório às regiões colonizadas, tendo na universidade um dos mecanismos legitimadores de invisibilizações e hierarquizações de saberes e fazeres musicais locais, fosse de povos originários ou grupos sociais subalternizados. A compartimentalização do conhecimento em disciplinas acadêmicas fez da universidade espaço de segregação e, ao mesmo tempo, conservação de uma Musicologia monoepistêmica. As práticas etnográficas têm aberto o ambiente acadêmico à novas experiências por meio de contatos com práxis musicais exógenas. Finalmente pretendemos debater de que modo a criação de novos dispositivos de reprodução sonora, a intensificação dos fluxos humanos, materiais e simbólicos trazidos pela globalização (SANTOS, 1994), aliados ao crescente ativismo de diversos agentes sociais, vêm impulsionando a meio acadêmico a rever heranças deixadas pela colonialidade.
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PDFDOI: https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2021.65168
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